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Netflix lança série sobre assassínio de Gabby Petito, mas deveria?


Preocupada em mostrar porquê Gabrielle Petito estava aprisionada em um relacionamento condenável, a série não se aprofunda em temas que o assassínio dessa jovem de 22 anos levantou e que merecem ser esmiuçados, porquê a maneira equivocada porquê a polícia agiu ao receber uma denúncia de que Gabby estava sendo vítima de violência doméstica ou o trajo de que um delito envolvendo uma mulher branca gera mais comoção e repercussão do que homicídios e desaparecimentos de vítimas negras, indígenas, latinas ou asiáticas.
A série deseja tão fortemente que o público experiencie o pesadelo que Gabrielle Petito vivia que a produção escolhe retratar nos mínimos detalhes o passo a passo que levou ao assassínio da jovem. Tudo é orquestrado para fornecer ao testemunha o orgasmo da trama: o modo porquê Gabby perdeu a vida. A falta de sensibilidade é tamanha que, às vezes, parece que estamos acompanhando uma ficção.
Em uma das sequências mais sádicas da série, acompanhamos imagens de registo da câmera corporal de policiais que abordaram Gabby e o namorado depois receberem uma denúncia que ele havia agredido a companheira. O desespero e a fragilidade da influencer de estar naquela posição, o modo porquê ela é colocada no papel de causadora da violência que sofreu e as piadas que um dos policias faz sobre a situação são de entrouxar o estômago.
