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Mundo: Novelas e minisséries inspiraram fantasias sexuais – 02/05/2025 – X de Sexo Por Bruna Maia

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Esses dias fui ver uma adaptação de “Esperando Godot“, do dramaturgo Samuel Beckett, feita pelo Teatro Oficina. Na saída da peça, o ator Alexandre Borges passou por mim e, em um momento de descontrole, eu disse que ele foi um grande “crush” da minha vida, por pretexto das sua participação na minissérie “Engraçadinha: Seus Amores e Seus Pecados“, baseada na obra de Nelson Rodrigues e exibida em 1995.

A protagonista, vivida por Claudia Raia, é uma dona de vivenda que tem uma vida sexual sofrível. Até que ela começa um caso com Luiz Cláudio, personagem de Borges. Em uma noite de chuva eles se agarram no carruagem dele, e, em um momento de muita química, ela morde o peito dele até tirar um pouquinho de sangue. Ele logo a convence a tomarem um banho de chuva, nus.

É poético os dois atores pelados iluminados pelo farol do carruagem se agarrando enquanto a mulher fala da relação entre culpa e libido, já que ela estava traindo o marido. Na sequência, eles deitam na limo e ela tem um orgasmo muito representado por um close nas mãos entrelaçadas do parelha.

O ator ficou feliz de saber que eu guardava boas memórias dele, e eu ainda completei dizendo que ele atravessou gerações. Minha mãe também achava ele um charme.

As minisséries, aliás, por passarem mais tarde, eram o espaço de experimentação e de cenas explícitas.

Quem viu, não esqueceu o momento em que a prostituta Hilda Furacão, vivida por Ana Paula Arósio, se despia em frente a Frei Malthus, padre vivido por Rodrigo Santoro, que assistia ao progresso do perversão encolhido ao pé de uma cruz. Logo ela tomava a mão dele e levava ao seu seio, e eles se beijavam. Não acho a cena tão perfeita assim. Santoro estava vestido com sua batina o tempo todo!

As aberturas de antigamente são um capítulo à segmento. Em “Tieta” (1989), “Pedra sobre Pedra” (1992) e “Mulheres de Areia” (1993) a fusão do corpo feminino com elementos da natureza ao som de cantores nordestinos foi muito explorada. Apareciam peitinhos, púbis e bundas, se mesclando a elementos uma vez que chuva, montanhas, árvores e areia.

Apesar de clássicas, sexy e indubitavelmente bonitas, elas nos levam a pensar no porquê das formas das mulheres serem tão instrumentalizadas e colocadas a serviço do olhar masculino –um dos motivos pelos quais a emissora opta por fazer versões mais pudicas das vinhetas para passar nas reprises hoje em dia.

Os quadros “A Vida Uma vez que Ela É”, fundamentado nas crônicas de Nelson Rodrigues e exibido no Fantástico em 1996, e “A Comédia da Vida Privada”, adaptação de crônicas de Luis Fernando Verissimo que passou na Terça Sublime de 1995 a 1997, vinham recheados de escândalos cotidianos e comentários sobre a sexualidade dos brasileiros.

Quem viveu o termo da dez de 80 e a dez de 90 assistindo TV ensejo dificilmente passou incólume a essas referências, devidamente guardadas na memória afetiva e sexual. Qual cena quente mais te marcou?

Bruna Maia é escritora, cartunista e jornalista. Autora dos livros ‘Parece que Piorou’, ‘Com Todo o Meu Rancor’ e ‘Não Quero Ter Filhos’, fala de tudo o que pode e do que não pode no sexo



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