A indústria cafeeira dos Estados Unidos solicitou ao governo e aos parlamentares americanos que o café fique isento das tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump incidentes sobre produtos importados.
A informação foi anunciada nesta quarta-feira (23) por William Murray, presidente da National Coffee Association (associação de moca dos EUA), durante palestra virtual no Encafé (Encontro Vernáculo do Moca), em Campinas (SP).
No documento, a NCA enfatizou que o país produz unicamente 1% de todo o moca que consome. Assim, o impacto nos preços finais ao consumidor deve ser grande.
Murray disse que ainda não obteve retorno solene do governo, mas que o documento chamou atenção das autoridades americanas.
Ele disse que a resposta pode vir a qualquer momento e que é impossível prever se a isenção será concedida ou não.
As tarifas devem impactar os preços do moca no varejo americano, o que, segundo Murray, deve levar a mudanças de comportamento do consumidor. Ele não crer, por enquanto, em uma redução do consumo, ao menos no limitado prazo.
A possibilidade de os Estados Unidos reduzirem suas compras do grão preocupa o agronegócio brasiliano. Isto porque o país é o maior consumidor do moca cultivado no Brasil.
Em 2024, o Brasil exportou mais de 8 milhões de sacas de 60 kg para os Estados Unidos, segundo o Cecafé (Recomendação dos Exportadores de Moca do Brasil).
No documento enviado ao governo, Murray diz que a indústria de moca gera 2,2 milhões de empregos nos Estados Unidos.
Ela afirma ainda que o moca é uma bebida excitante, que é usada por milhões de trabalhadores americanos para dar mais força em suas jornadas, outra razão pela qual deveria ser tratada com atenção privativo.
O jornalista viajou a invitação do evento.