Lula requenta programas sociais na TV para reaver o voto-gratidão

Sidônio Palmeira, o ministro-marqueteiro, impõe à Secom uma lógica de comitê eleitoral. Percebeu nas dobras das pesquisas que a gratidão virou um sentimento envelhecido na base do eleitorado tradicional de Lula. Munido do diagnótico, reagiu porquê operador de campanha.

O encarregado da notícia do Planalto requentou dois programas sociais —Farmácia Popular e Pé-de-Meia—, colocou nos lábios de Lula um linguajar de blogueirinho populista —”A dupla não é sertaneja, mas está mexendo com o Brasil”; “olha que lítico”; “é tudo de perdão”—, jogou a mistura dentro de uma peça publicitária de dois minutos e levou ao ar. A rede vernáculo foi convocada com método.

Na noite de segunda-feira, o pronunciamento de Lula invadiu os lares dos brasileiros no horário sublime da TV, atrasando o telejornal e a romance. Na manhã desta terça, a voz do presidente soou nas emissoras de rádio. Nos dois casos, o fim era o brasílio pobre que passou a espessar o índice de desaprovação do governo nas pesquisas.