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live-action transforma príncipe por um esquerdo-macho

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Eles sabem que feminismo é importante, palestram muito muito sobre o interseccionismo porque já leram Patricia Hill Collins, mas na hora de encarar aquela rima de louça… muito, eles não encaram zero. O esquerdomacho fala muito muito sobre aquelas coisas que deixam a gente suspirando “que homão”. Mas quem dá a descarga que eles não acham assim tão importante restringir somos nós mesmas.

O “princeso” —não-príncipe de Branca de Neve— é um ladrão estilo Robbin Hood, que rouba dos ricos para dar para os pobres, revoltado com as injustiças sociais causadas pelo governo da rainha má, a madrasta da nossa heroína. Sim, a história segue sendo sobre uma velha ruim e um jovem varão que resolve tudo.

O rapaz junta sua turma para fazer justiça, um militante do reino. Distribui a riqueza. Não se conforma com seus privilégios de varão branco hétero cis. Entendeu tudinho, pensa Branca, que concorda com os ideais do rapaz, se encanta com ele e secção ao seu lado na luta por um mundo mais justo.

No vai e vem da trama, sabemos o que acontece: maçã envenenada, sono eterno, ósculo sem consentimento. Finalmente, ele não sabia dos poderes mágicos de seus lábios e estava unicamente se aproveitando de uma mulher desmaiada. Está aí um tanto que um esquerdomacho não faria, segundo o oração padrão da classe. Eles sabem que não é não. Eles entendem que vulnerabilidade feminina não é oportunidade. Eles estão longe de replicar o machismo que seus pais se esforçaram tanto para perpetuar de geração em geração. Será?

O que eles fariam, entretanto, é deixar a roupa molhada dentro da máquina de lavar por tempo suficiente para o cheiro de umidade nunca mais trespassar delas. Eles terceirizariam a organização das festas infantis dos branca-de-nevinhos para a mãe. O celular da pediatra eles talvez nunca salvem, pois precisam de tempo para bets questionáveis nos dias da rodada futebolística no reino.

O papo é moderninho, mas a atitude em moradia é muito tradicional. Fez um ovo frito? Quer ovação. Seu feminismo de rede social brada por salários iguais para homens e mulheres, mas se recusa a admitir que as toalhas molhadas não saem sozinhas de cima da leito. Apesar de militar bonito, daquele jeito que empolga a gente, no grupo de Whatsapp dos Robin Hood, ele recebe pornografia e aceita piada homofóbica sem proferir um a. Entende o concepção de mansplanning, mas se considera um pouco injustiçado com a força que as mulheres adquiriram no que labareda de empoderamento inexacto. Na incerteza, interrompe o que estamos dizendo para explicar o que já sabemos. O feminismo correto é aquele que não afeta seus privilégios e mantém seu moca pretérito na hora certa.



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