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Ladrões de Drogas: por que ver novidade série com Wagner Moura – 27/03/2025 – Luciana Coelho

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É boa a novidade “Ladrões de Drogas”, a incursão hollywoodiana mais recente de Wagner Moura, que o traz de volta ao gênero policial. Para quem passou pela maratona supimpa porém emocionalmente exaustiva de “Adolescência” e do final de “Ruptura”, a produção de ação muito cuidada, que oferece entretenimento sem exigir demais do cérebro, vem a calhar.

A série, que estreou na Apple TV+ no dia 14 deste mês, é a adaptação do romance policial “Dope Thief”(sem publicação no Brasil), de Dennis Tafoya. O título em português, no plural, é um gesto aos conterrâneos fãs de Moura, já que a tradução literal seria no uno: a referência não é ao personagem do brasiliano, mas de Brian Tyree Henry (o Paper Boi de “Atlanta”), que cá vive um anti-herói incomum.

Ele é Ray, fruto de um varão recluso por tráfico (o gigante Ving Rhames) que vive de roubar jovens traficantes na Filadélfia. Na empreitada, tem a companhia do melhor camarada, o brasiliano Manny (Moura), com quem se disfarça de agente do departamento de combate ao narcotráfico para assustar suas vítimas e facilitar a “mortificação” de quantia e droga.

A dupla segue o arquétipo do “bom ladrão”: são criminosos, mas não matam, não procuram alvos poderosos; querem um pé de meia, não o controle da rede sítio de drogas. Até que um terceiro elemento se junta ao grupo, indica um novo escopo e tudo dá incorrecto, resultando em uma perseguição simultânea pela polícia e por uma megaquadrilha que comanda o tráfico na costa leste americana.

Porquê Moura, Henry é um poço de carisma. As cenas de ação são costuradas pelas de amizade entre os dois, e os diálogos de Tafoya e do roteirista-chefe Peter Craig (“Gladiador 2”) são espertos o suficiente para inserir humor de forma proveniente aos intervalos das cenas de tiro-porrada-e-bomba.

Essas, aliás, têm seu luz —Ridley Scott, que assina uma vez que produtor-executivo, fez um ponta de diretor na impressionante sequência inicial, e conforme as perseguições se multiplicam dá quase para ver os cifrões envolvidos na produção saltarem da tela.

A atenção às relações humanas, alguma coisa inusitada em séries do tipo, também aparece no laço entre Ray e a madrasta, Theresa (interpretada pela ótima Kate Mulgrew, a Red de “Orange is the New Black”), e na pele de Mina (Marin Ireland), uma policial emudecida e obstinada por esbanjar a megaquadrilha que vai se tornar a opositor e também a salvação da dupla.

Aparece ainda no pretérito traumático de Ray, com histórias que espelham as de outras periferias de grandes cidades, embora o excesso de flashbacks canse. É um personagem com nuances, das quais o ator, sabido pela comédia, dá conta lindamente.

E a própria Filadélfia, uma das cidades mais fotogênicas dos Estados Unidos, também assume um papel interessante ao revelar seus lados menos privilegiados em etapas, ao longo dos oito episódios, conforme os dois criminosos perseguidos se embrenham por novos núcleos de personagens.

É genial? Não é. Em um gênero cada vez mais puído, no qual é difícil inovar, mas, “Ladrões de Drogas” se sai muito, com personagens multidimensionais, interpretações decentes e cenas de ação esmeradas. Nem sempre é preciso inventar a roda, às vezes basta poli-la com afinco.


Os três primeiros episódios de “Ladrões de Drogas” estão disponíveis na Apple TV+, e os novos são liberados pela plataforma às sextas


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