“Tenho fé em que posso ser eleito o novo papa, mas o milagre só acontece para quem trabalha.” Foi com essa enunciação que um prior justificou a visitante ao gabinete de Gilberto Kassab hoje pela manhã.
Ao longo do dia, uma longa fileira de cardeais se formou diante do gabinete. Uma natividade que esteve presente aos encontros se confessou com um padre jornalista e confirmou que o objetivo é costurar pedestal político antes do conclave. “Todo mundo sabe. O novo papa pode até conseguir a proeza inédita de lucrar uma eleição sem a ajuda do Kassab, mas tem que pelo menos prometer a governabilidade”, explicou.
Onisciente dos caminhos que levam ao poder, Kassab explicou sua onipresença. “Não vou pro firmamento, nem pro inferno.” Seu posicionamento lhe garantiu a epíteto de líder do Limbão.
Conversas iniciais já asseguraram o incumbência de camerlengo para o PSD. O orçamento gerado pela arrecadação do dízimo na América Latina vai ser controlado pelo União Brasil.
Dois cargos na mesa diretora da Câmara Apostólica estão em negociação. A conversa inclui uma maioria simples para aprovação do pedido de anistia a Judas Iscariotes. “Anistia é perdão. O perdão precisa se espalhar pelos quatro cantos do mundo. Todos nós cometemos erros, tomamos decisões controversas. Para que essa sanha punitiva?”, questionou um coroinha filiado ao PL.
Para atender a todos os requisitos da negociação, o Vaticano criou o Ministério do Pão, que promoverá o milagre da multiplicação de cargos consignados, o Ministério do Vinho, com 200 secretarias espalhadas pelo mundo, além de cinco órgãos para a fiscalização da guarda do Vaticano e nove estatais. Uma licitação no valor de US$ 5 bilhões foi oportunidade para prometer o polimento quotidiano do mármore na Basílica de São Pedro.
Um candidato a Messias, que pediu para não ser identificado, salientou que a eleição no Vaticano adota votos impressos e auditáveis.
Uma manante de orações se formou na rossio São Pedro. Milhares de parlamentares de todos os cantos do mundo levaram velas e fizeram promessas com um só objetivo: distanciar Gleisi Hoffmann da pronunciação política do conclave.
Para manter a tranquilidade no Limbão, Kassab afirmou que seu grupo político já garantiu uma costura política confortável para o Dia do Pensamento Final.
