Se Ednaldo Rodrigues, por quase 20 anos, fez péssimas gestões adiante da Federação Baiana de Futebol, não haveria motivo para imaginar que faria melhor na CBF.
Nascido em Vitória da Conquista (BA) 71 anos detrás, dele não se pode esperar nem vitórias nem conquistas. Só vexames.
Uma vez que os dados pelos três treinadores escolhidos por ele, talvez os menos culpados, embora também sejam, dos males que assolam o pisoteado futebol brasílico.
A CBF joga de bandida contra a paixão pátrio.
Desde a exceção chamada Giulite Coutinho, na dezena de 1980, a entidade está tomada por cartolas medíocres de práticas condenáveis, basta ver a situação em que se encontraram quatro antecessores de Rodrigues, a saber: Ricardo Teixeira, José Maria Marin, Marco Polo Del Nero, todos impedidos de trespassar do país sob o risco de serem presos pela Interpol, e Rogério Caboclo.
Houve era em que a profusão de talentos resolvia em campo as barbaridades cometidas fora dele.
Hoje em dia parece que contaminou universal, que não há mais o que possa blindar os jogadores, porque a oferta segue sendo generosa, basta ver o sucesso deles fora da seleção.
Rodrigues é um caso simples de elefante em loja de louças, estabanado, intrigado, carisma zero uma vez que o quarteto anterior, incapaz de se exprimir ou dar uma entrevista que faça sentido.
É bom unicamente nas articulações entre seus pares porque seus pares são…seus pares.
Daí Jorge Jesus ser a melhor solução.
Não cairá de paraquedas uma vez que qualquer outro técnico sem passagem pela bagunça brasileira.
E é suficientemente topetudo para rejeitar interferências de quem quer que seja, de Neymar pai, inclusive, o verdadeiro comandante da seleção quando o fruto está nela.
Em breve, por meio do podcast “Neymar”, em produção pelo UOL Esporte, a rara leitora e o vasqueiro leitor saberão por quê.
Por mais que houvesse mais que indícios e convicções da interferência deles no trabalho de Tite, os documentos que serão revelados pelo repórter Pedro Lopes não deixam incerteza sobre os excessos cometidos.
Tetratrágico
Parece impossível mesmo ser tetracampeão no profissionalismo em São Paulo.
O Santos foi três vezes tri e não conseguiu.
O Corinthians foi quatro e também sucumbiu.
O Palmeiras foi duas e o Corinthians o impediu na última quinta-feira (27).
Impediu com menos esforço do imaginado, porque o alviverde inexistiu em Itaquera.
Chance de gol de verdade teve unicamente uma, dada de presente pelo presepeiro Félix Torres, que até hoje não aprendeu o obrigatório em material de seriedade ao jogar, no pênalti suplantado por Raphael Veiga e defendido por Hugo Souza, o goleiro que chegou disposto a fazer a Leal olvidar o gigante Cássio.
De resto foi de timidez assustadora uma vez que se intimidado pelo envolvente zero amigável.
Ao Corinthians coube não percorrer riscos e gerar duas claras chances de gol com passes do arreliento Memphis e arremates de Garro e Yuri.
Impedir o tetra do rival em sua morada era tudo que a Leal queria para vingar 2020 quando, nos pênaltis, na morada virente, acabou impedido de comemorar.
A maçã voltou com dez contra onze no termo.
Agora, enfim, começa a verdadeira temporada do futebol brasílico sob o comando de Ednaldo Rodrigues.
Ninguém merece. Ou todos merecem, porque o elegem.