Conecte-se conosco

Esporte

Governo sem foco nem luz – 05/02/2025 – Maria Hermínia Tavares

Published

on



O presidente Lula chega à metade de seu procuração carente do excitação que despertou no pretérito.

Recente pesquisa Genial/Quaest mostra queda da aprovação do seu trabalho; pela primeira vez, desde 2023, mais entrevistados o desaprovam. A perda de espeque é significativa por também ocorrer entre seus eleitores fiéis.

Os bons indicadores econômicos —incremento do PIB e do ocupação— não amainaram as críticas dos formadores de opinião que duvidam de sua sobrevida a médio prazo. O aumento do preço dos víveres parece impedir que aqueles resultados se traduzam em sensação de melhoria para os muitíssimos que vivem com verba descrito.

Nenhuma iniciativa do governo tem conseguido erguer o ânimo popular. Muito menos o das elites que desconfiam do mandatário e de seu partido.

Diante disso, fraqueja a fidelidade das legendas de direita que formam a coalizão governista. Dez entre dez analistas preveem obstáculos políticos no Congresso ao longo dos quase dois anos que restam à Presidência Lula.

As dificuldades do governo são de três tipos: institucionais, políticas e de nitidez de objetivos.

A arquitetura política brasileira inibe a concentração de poder decisório no Executivo vernáculo. Federação; multipartidarismo; e, em consequência, governo de coalizão; Congresso bicameral; e Corte Suprema com amplos poderes são a fórmula institucional que desconcentra poder, restringe a capacidade de ação unilateral da Presidência e bloqueia governos de um só partido. Assim, obriga a negociação de consensos entre lideranças e legendas distintas.

O resultado é um processo sempre lento e difícil de dirigir. E ainda mais complicado quando, ao longo da última dezena, o Legislativo se fortaleceu frente ao Executivo.

Nesse emendo, líder capaz é aquele que agrega, negocia, convence e concede; nunca o que trata de impor sua vontade ou o programa de seu partido.

Se as coalizões de governo são sempre necessárias, porque resultantes de fatores institucionais, a atual gestão enfrenta outra dificuldade —esta, de natureza propriamente política: para governar, o presidente de centro-esquerda precisa das forças de direita, majoritárias no Congresso. Porém, ter a direita no governo naturalmente reduz a sofreguidão de qualquer agenda progressista.

Zero disso é novidade para o presidente Lula. Finalmente, no pretérito, ele governou com coalizões que incluíam partidos do centrão. Negociador nota 10, soube erigir consensos em torno de políticas de inequívoco impacto social.

Embora as instituições e as novas prerrogativas de um Legislativo escravizado pelos conservadores imponham limites a iniciativas de centro-esquerda, não parece estar principalmente aí o nó que corda a gestão atual a um desempenho fosco.

Pois já não basta ao seu condutor expor que suas metas são cuidar do povo e prometer trabalho e comida para todos os brasileiros. Faltam a Lula 3 nitidez de objetivos, foco e prioridades claras —uma política econômica que explicite compromisso com a firmeza da moeda e o incremento sustentável e uma agenda social inovadora que enfrente a questão da qualidade dos serviços públicos e da geração de oportunidades de desenvolvimento para pessoas e famílias.


LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul inferior.



Acesse a fonte

Continue lendo
Clique para comentar

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Chat Icon