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Gleisi Hoffmann sai por cima – 16/03/2025 – Camila Rocha

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Gustavo Gayer (PL), deputado de extrema direita eleito por Goiás, de olho no desenvolvimento de suas redes sociais, achou por muito fazer uso de misoginia incendiária. Gayer resolveu confrontar Lula a um cafetão e a ministra Gleisi Hoffmann (PT) a uma pequena de programa. Para finalizar, sugeriu que a ministra, seu namorado e também deputado, Lindbergh Farias (PT), e Davi Alcolumbre (União), presidente do Senado, poderiam formar um trisal.

Tudo teve início quando a deputada Gleisi Hoffmann tornou-se recentemente ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Uma vez que ocorre com muitas mulheres que chegam aos altos escalões do poder, Gleisi logo teve suas capacidades políticas questionadas. Apesar de ser uma política muito experiente, vários colegas e analistas a julgaram muito “agressiva” para treinar a novidade função.

Zero inesperado para um país que ocupa o 133º lugar no ranking global que mede a proporção de parlamentares mulheres em manobra em câmaras federais em 180 países. A informação está na terceira edição do levantamento “Estatísticas de Gênero: Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil”, divulgado há um ano pelo IBGE (Instituto Brasiliano de Geografia e Estatística). Hoje o Brasil é o pior posto na América Latina, com somente 17% do parlamento ocupado por mulheres. Daí se entende coisas absurdas uma vez que o Senado brasiliano ter inaugurado um banheiro feminino somente em 2015.

Com o intuito de contornar as críticas feitas a Gleisi com humor e responder a uma fala recente de Jair Bolsonaro sobre mulheres petistas serem “feias” e “incomíveis”, Lula disse que havia escolhido uma mulher formosa para o incumbência. Foi a brecha que Gustavo Gayer precisou para promover um circo com declarações que parecem saídas de fóruns misóginos da deep web. Porém, dessa vez, finalmente, o palhaço deve sair queimado e com o mandato cassado.

Gayer já acumulava um vasto histórico de fake news e suspeitas de ter financiado atos de 8 de janeiro com moeda público. Aliás, suas declarações abjetas não são novidade. O deputado já foi objectivo de várias representações na Câmara. Entre as quais um pedido de cassação por racismo, motivado por uma fala desprezível em um podcast em 2023.

O deputado afirmou logo que africanos possuem QI menor que o de macacos e relacionou a existência de ditaduras em países da África à falta de “capacidade cognitiva” da população. Em sua visão, “democracia não prospera na África. Por quê? Para você ter uma democracia, você tem que ter o mínimo de capacidade cognitiva de entender o bom e o ruim, o patente e o falso”.

Agora, enquanto Gustavo Gayer lida com as consequências de sua falta de “capacidade cognitiva” para o manobra da democracia, Gleisi Hoffmann sai por cima da barafunda machista.

Além de ter motivado as falas que devem levar à cassação de Gayer, a novidade ministra já vem sendo vista uma vez que uma articuladora pragmática pelos parlamentares do Centrão. Segundo apurou a jornalista Thais Bilenky, até Arthur Lira (Progressistas), que tinha um problema sério com Alexandre Padilha, predecessor de Gleisi no incumbência, já começou a elogiá-la nos corredores da Moradia. Ao que tudo indica, a petista pode dar passos muito maiores no porvir.


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