A deputada federalista Carla Zambelli (PL-SP) disse nesta terça-feira (11) que os fatos que antecederam sua ação de pegar uma arma e decorrer detrás de um varão preto em São Paulo às vésperas da eleição de 2022 vão provar sua inocência.
A enunciação foi feita pela parlamentar, por meio da assessoria, depois o STF (Supremo Tribunal Federalista) marcar para os dias 21 a 28 de março o julgamento da denúncia contra a parlamentar por segmento ilícito de arma de queima.
“Confio plenamente na Justiça e acredito que, ao serem esclarecidos todos os fatos —mormente a ocorrência de um disparo anterior ao momento em que fiz uso de minha arma, devidamente autorizada por porte federalista—, ficará evidente minha inocência”, diz a deputada.
Como mostrou a coluna da Mônica Bergamo, o ministro Gilmar Mendes liberou para julgamento a denúncia da PGR (Procuradoria-Universal da República) contra a deputada federalista Carla Zambelli por porte ilegal de arma de fogo.
Zambelli foi denunciada em janeiro de 2023 pela portanto vice-procuradora Lindôra Araújo pelos crimes de porte ilícito de arma e constrangimento ilícito com ocupação de arma. As penas máximas somadas chegam a cinco anos de reclusão.
A PGR pede a pena da deputada pelos dois crimes e o pagamento de R$ 100 milénio por danos coletivos, além do cancelamento definitivo do porte de arma de Zambelli.
Na tarde de 29 de outubro de 2022, véspera do segundo vez das eleições, a deputada bolsonarista sacou uma pistola 9mm e perseguiu um homem negro depois uma discussão no bairro dos Jardins, em São Paulo. Um segurança da parlamentar chegou a fazer um disparo e foi recluso pela Polícia Social.
Em nota, a deputada afirmou que confia “plenamente na Justiça” e que sua inocência será provada com a “meio recto do processo”. Ela argumentou que um disparo foi feito antes que ela tivesse usado a arma e que tem autorização para o porte.
O transporte de armas é proibido nas 48 horas que antecedem a votação em endereços próximos a colégios eleitorais. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que a perseguição ocorreu a mais de centena metros da seção mais próxima.
Embora detentora de porte de arma, avaliou a representante da PGR, Zambelli não poderia ter manejado a revólver em espaço público, colocando a coletividade em risco.
A Procuradoria entendeu que o varão perseguido pela parlamentar não oferecia transe ou prenúncio real que justificassem o uso da revólver e o constrangimento causado a ele.
A ação de Zambelli foi gravada e divulgada nas redes sociais. O impacto negativo causado pelas imagens foi um dos pontos levantados por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) para reverter a curva de ascensão do ex-presidente nas pesquisas de intenção de votos.
Durante o processo contra a deputada, o ministro Gilmar Mendes determinou a inquietação de três armas registradas no nome de Zambelli.
As buscas foram realizadas em dois endereços de Zambelli em São Paulo, além do apartamento funcional em Brasília. Foram encontradas duas pistolas, uma 9mm e outra 380, e um revólver 38.
