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EUA: Diretor de ‘Um Dia Sem Mexicanos’ planeja novo filme – 25/01/2025 – Sylvia Colombo

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O senador anti-imigrantes recebe seu moca da manhã de “huevos revueltos” [ovos mexidos] de sua empregada mexicana. Uma típica californiana se diverte com a margem de amigos cabeludos e barulhentos, “Los Perros Mojados”, de seu marido mexicano, enquanto toda uma colheita espera pelos trabalhadores latinos e sem documentos recrutados na fronteira por empresários americanos fora da lei.

Na TV lugar, são os repórteres brancos quem dão as notícias nacionais mais importantes, enquanto os latinos —as legendas esclarecem: são também hondurenhos, salvadorenhos e guatemaltecos— são contratados para dar as notícias locais, as do clima, do trânsito etc.

“Quando a gente teve a teoria de fazer o filme, os problemas que enfrentávamos eram os mesmos dos dias de hoje”, diz à poste Sergio Arau, nascido na Cidade do México, radicado na Califórnia e diretor de “Um Dia Sem Mexicanos” (2004). “Preconceito, salários mais baixos, trabalhos mal remunerados. Éramos o som, o sabor, o palato, segmento já impossível de dissociar da Califórnia.”

Daí a vontade de, ao lado de sua esposa, Yareli Arizmendi, realizar um novo filme com as atuais condições. A trama original começa, quando, de repente, a Califórnia desperta com o alerta. Os mexicanos sumiram. Não se sabe mais quem vai preparar os tacos e enchiladas, quem vai trabalhar na colheita e na construção, nem mesmo quem vai dar os boletins do tempo na TV.

Abundam as explicações esotéricas e científicas. “Finalmente, por que os maias desapareceram de um dia para o outro?”, perguntam uns, enquanto outros, americanos, armam altares dedicados aos membros mexicanos das famílias que estão desaparecidos. “Vamos seguir com suas crenças”, diz uma americana fanatizada. “Quem sabe funciona”.

Os californianos, que até portanto pouco sabiam sobre com quem dividiam o Estado, são obrigados a notabilizar um guatemalteco de um prateado, e por aí se estende uma enorme confusão.

“Nossa teoria havia começado com uma pergunta até simplória”, conta Arau. O diretor e sua esposa são mexicanos vivendo nos EUA, mas já cansados de testar o preconceito, as piadas, as barreiras para conseguir um trabalho, os comentários depreciativos. Era o ano de 1998, e os mexicanos, principalmente da região da Califórnia, onde a rodagem ocorreu, tinham muito menos experiência para mourejar com o tema da imigração uma vez que têm hoje.

“O filme é uma paródia, mas não vejo zero ali que não possa ser visto uma vez que verdadeiro hoje”, diz Arau. “Só que hoje esses fatores vêm com mais violência.” Nos últimos dias, incomodado com as palavras, ataques e ameaças e críticas a seus conterrâneos, Arau saiu a convocar. “Vamos fazer um novo filme, um outro dia sem mexicanos, a segunda segmento”, anuncia. “O curioso é que, no caso da Califórnia, o que ocorreu desde o primeiro filme foi uma integração ainda maior do elemento latino na cultura, e quero mostrar isso.”

Qualquer spoiler? “Sim”, diz o diretor. “É triste, mas sem os latinos Trump nem teria sido eleito.”

Segundo ele, a teoria é mostrar as contradições humanas. Com os latinos nos EUA, há casos em que nem de perto é visto o preconceito e, em outros, levante é mais que latente. “Estou recolhendo as ideias, o filme vem no termo deste ano. Vamos ver, portanto, o que acontece nesse estranhíssimo país”, diz.


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