Está descerrado desde sábado (29) o formulário para o Mapa Autismo Brasil, uma pesquisa sociodemográfica pátrio que quer saber quem são os autistas no Brasil: sexo, idade, renda, primeiros sinais do transtorno, se usam a rede pública ou privada de saúde, qual trouxa de terapia fazem, se usam CAA (notícia aumentativa e opção), quem são seus cuidadores (caso existam), porquê acessam a escola, níveis de suporte e de independência, entre outras perguntas.
Um piloto desse projeto foi rodado, em 2023, unicamente no Região Federalista. Identificou, por exemplo, lacunas no chegada ao diagnóstico do TEA (Transtorno do Espectro Autista) no SUS, demora no diagnóstico de meninas e chegada a uma trouxa horária muito baixa de terapias, seja usando a rede pública ou privada de saúde.
Ou seja, o estudo revelou obstáculos graves à oferta do suporte necessário a autistas no país.
O formulário pátrio do planta estará descerrado para ouvir autistas maiores de 18 anos e cuidadores de autistas até 30 de abril. A previsão é que resultados parciais sejam divulgados ainda leste ano.
“Se as políticas públicas forem pensadas com base na urgência real da população de autistas, vai ser mais fácil tocar estratégias assertivas, o que significa mais inclusão, chegada à instrução, a serviços de saúde. Se eu entendo que 50% das crianças de 4 a 8 anos estão no nível 3 de suporte [do TEA] e em determinado ano escolar, e sei onde elas estão, eu consigo planejar a quantidade de professores e salas adaptadas”, diz Ana Carolina Steinkopf, diretora do Planta Autismo Brasil.
O questionário pergunta quais são os cinco primeiros números do CEP da pessoa, de modo a permitir análises específicas sobre a situação dos autistas em diferentes localidades.
“Estamos olhando para mesorregiões dentro dos Estados e vamos conseguir ter um estudo mais direcionado: para a região do Vale do Aço em Minas Gerais ou a Baixada Fluminense, por exemplo”, explica.