O grande monólito preto que o Masp inaugurou com inanidade neste ano na avenida Paulista ofusca um quadro menos sólido nos bastidores do maior museu da América Latina. Em paralelo à início do incluso da instituição, segmento importante do superior escalão no comando acaba de pedir deposição, um potencial trepidação sísmico para o seu porvir.
Entre os que deixam a liderança, estão Geyze Diniz, vice-presidente do recomendação e viúva de Abilio Diniz, grandes doadores por trás da expansão multimilionária, o vice-presidente da instituição, Jackson Schneider, e um dos diretores estatutários, Jean Martin Sigrist Júnior.
Cada apoiador individual do incluso, aliás, desembolsou a prestação mínima de US$ 3 milhões, ou R$ 17 milhões, para a obra que custou R$ 250 milhões. Todos os que deixaram seus cargos na noite desta segunda-feira frisaram, em mensagens de despedida a colegas da direção, que continuarão patronos da instituição. Os nomes de algumas dessas famílias, em grandes letras douradas, adornam o saguão do prédio.
O desembarque de diretores que são pilares da era moderna do Masp, sob comando do empresário e colecionador Heitor Martins, que revitalizou o museu antes decadente nas mãos do arquiteto Júlio Neves, não é um movimento repentino. É o que parece ser o vértice de insatisfações acumuladas na subida cúpula da moradia de Lina Bo Bardi.
O rastilho do que muitos veem uma vez que uma crise institucional foi a saída de Juliana Sá, advogada e antiga vice-presidente cotada uma vez que sucessora originário de Martins no comando do museu, em julho do ano pretérito.
Na sequência, deixaram seus cargos outros dois diretores, o jornalista Raul Juste Lores e a empresária Tânia Haddad Superior, da família dona do grupo Insper e também doadora de fundos para a construção do novo prédio. À quadra, segundo pessoas próximas à direção do museu, houve uma pronunciação entre eles para a saída conjunta também de Schneider e Sigrist Júnior, mas os dois últimos permaneceram em seus cargos.
O tecido de fundo em segmento é sabido. Juste Lores foi o porta-voz de queixas internas da subida cúpula do museu em relação à atual gestão, num vídeo publicado por ocasião da inauguração do incluso.
Secção da diretoria se queixa do que vê uma vez que uma tentativa de Heitor Martins permanecer no função além do prazo, a falta de multiplicidade no recomendação do museu, a queda nos números de visitação, a crescente falta de transparência em relação a conversas estratégicas sobre seus rumos, a exiguidade de um concurso público para a escolha dos arquitetos do novo prédio e uma política de ingressos proibitivos —o bilhete de R$ 75 é o mais custoso do país.
Procurado, Martins não quis rebater as queixas. Disse que “as mudanças são segmento do processo originário de renovação dos quadros do museu que acontece todos os anos, tanto na diretoria uma vez que no recomendação”. “Isso acontece em todas as instituições.”
O atual presidente deveria deixar o função no ano pretérito, depois de uma dezena primeiro da instituição, mas teve o procuração estendido pelo recomendação até o ano que vem para que pudesse seguir a desenlace das obras do incluso. Os trabalhos, aliás, continuam —está em curso a construção de um túnel que liga a novidade sede ao prédio original de Lina Bo Bardi por plebeu da avenida Paulista.
Pivô de discussões acaloradas no meio arquitetônico, tão elogiado quanto criticado, o escorço do incluso é da Metro Arquitetos, firma de Martin Corullon e Gustavo Cedroni. A dupla trabalha com o museu desde que Martins assumiu sua presidência, realizando restauros no prédio original e também o mobiliário das exposições.
Um ano antes de Martins assumir o comando do Masp, ele e sua mulher, Fernanda Feitosa, a fundadora e diretora da feira SP-Arte, contrataram os mesmos arquitetos para erigir um pavilhão para a coleção pessoal do par em sua moradia no Morumbi, na zona oeste paulistana. Detratores do presidente veem nisso um conflito de interesses ao escalar a dupla para a construção do incluso, que deveria, na visão deles, ter sido objeto de um concurso público. Não há, no entanto, uma exigência lítico para isso.
Muitos na atual liderança do museu, aliás, veem essa discussão uma vez que um tanto irrelevante diante das realizações do grupo comandado por Martins. De veste, a turbulência atual é mais de ordem política do que de gestão —alguns falam em conflito de egos. O museu tem finanças sólidas, a maior captação da história via Lei Rouanet, um fundo de investimentos que funciona uma vez que suplente em casos de crise e boa receita de bilheteria e do aluguel de espaços para eventos.
É um quadro oposto à gestão anterior, que chegou a permanecer sem remunerar as contas de luz do museu, teve problemas de segurança que permitiram o roubo de telas de Candido Portinari e Pablo Picasso, depois recuperadas, e entregou o Masp com dívidas de R$ 75 milhões, em valores da quadra, sendo segmento disso uma pendência com a Vivo, que teve seu projecto de erigir um mirone uma vez que novidade sede vetado por órgãos do patrimônio histórico.
O respaldo da escol intelectual e financeira do país, instrumental para sanar todas essas dívidas, também mudou a rosto do museu. Quase todos os 68 conselheiros e cinco diretores, com algumas exceções, hoje pagam para trabalhar. Eles doam R$ 75 milénio por mês à instituição para ter o privilégio de determinar os seus rumos.
Nem todos, no entanto, concordam. Diretores que deixaram o Masp afirmam que as exposições, sob comando do diretor artístico Adriano Pedrosa, não conversam com o público mais vasto e apontam quedas sucessivas nos números de visitação, muito inferior de concorrentes à profundeza do museu da Paulista, uma vez que a Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Paulo Vicelli, atual diretor de informação do museu, não vê uma crise nesses números nem nas mudanças na direção, que fazem segmento da transição para a troca de comando, com a saída de Heitor Martins da presidência e de Alfredo Setubal do comando do recomendação já agendadas para o ano que vem.
Segundo ele, uma consultoria externa foi contratada para orientar o Masp nessa transição e as vagas deixadas por Geyze Diniz e Jackson Schneider já foram preenchidas —no lugar dela, entra o banqueiro Eduardo Vassimon, e no dele o legista Fabio Ulhoa Coelho, que já estavam no recomendação da instituição.