A denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro de liderar uma tentativa de golpe de Estado, posteriormente perder as eleições de 2022, pode até dominar o noticiário pátrio por qualquer tempo.
Mas não dá refresco ao presidente Lula para volver a má tempo na avaliação negativa do governo, puxada pelo desconforto da população com os rumos da economia.
Lula calculou muito as palavras para falar da denúncia, e ministros do governo foram orientados a não explorar nas redes sociais e entrevistas a denúncia da Procuradoria-Universal da República ao Supremo.
O Palácio do Planalto sabe que subir o tom em torno de um veste já esperado, que estava no preço, não resolve o problema medial para o trambolhão da popularidade de Lula, a economia.
Zero alivia um governo que está sofrendo um enorme desgaste por desculpa do dispêndio de vida, da baixa capacidade de renda da população mais pobre, que é eleitora do presidente.
Lula entregou uma agenda econômica envelhecida e contava com o aumento das transferências de renda para os programas sociais – uma vez que o Bolsa Família, Minha Mansão, Minha Vida e outras políticas – para sustentar sua popularidade.
Não está dando patente. A subida dos preços é um incômodo para a população e o governo parece que só acordou para o problema agora. Perdeu tempo, enquanto fazia uma cruzada contra os juros altos do Banco Central.
É nítido que o governo não sabe o que fazer. Não há um projecto estratégico, a não ser uma promessa de guinada na informação que até agora gerou temor nos ministérios e pode até mesmo levar a uma inação. Tudo depende do aval do ministro Sidônio Palmeira.
O momento é de grandes definições de rumo da política econômica para o que resta do procuração de Lula.
É hora de tudo ou zero para aliados políticos do presidente.
A fritura de Fernando Haddad é instrumento dessa disputa. Nem Gabriel Galípolo está sendo poupado das críticas, “denunciado” de dançar a mesma música de Haddad;
Pelo marchar da carruagem, tudo indica que Lula vai flectir a aposta para 2026 com velhas políticas.
