O mercado extrínseco é um vetor de mudança para a pecuária brasileira. A demanda e os requisitos que vêm de fora acabam exigindo mais investimentos por segmento dos pecuaristas, maior rigor sanitário e melhor qualidade da carne.
Foi assim com a China, que, de repente, fez o Brasil colocar o duplo de mesocarpo bovina que vinha fornecendo ao mercado extrínseco. A exigência chinesa, principalmente a do chamado “boi China”, bicho com até 30 meses de vida, provocou mudanças estruturais no mercado brasílico, afirma Thiago Bernardino de Roble, pesquisador do Cepea (Meio de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
A ingresso do Brasil em mercados mais exigentes e que pagam mais pela mesocarpo, porquê o do Japão e o da Coreia do Sul, abriria espaço para mais investimentos e produção em graduação maior dessa proteína com valor confederado. Assim porquê ocorreu com o “boi China”, que remunerava em R$ 40 a mais por arroba, esses novos mercados, quando abertos, vão solevar o patamar de preço do boi no campo. O consumidor interno terá a chance de um resultado melhor, mas também deverá remunerar mais.
Para mostrar essa evolução da pecuária nos anos recentes, Roble aponta os números da China. No início de 2018, o Brasil exportava 124 milénio toneladas por mês de mesocarpo bovina, e o país asiático comprava 23 milénio toneladas. No final de 2019, os chineses elevaram as aquisições para 83 milénio toneladas mensais, permitindo ao Brasil colocar um volume totalidade de 180 milénio toneladas por mês no mercado extrínseco.
Em janeiro de 2021, os chineses pagavam US$ 4,64 por quilo da mesocarpo brasileira, um valor próximo ao da média das exportações do país. Em junho de 2022, pagavam US$ 7,33 por quilo, 11% supra do valor médio. Saíram de uma participação de 19% das exportações brasileiras, no início de 2019, para 61%, no final de 2022.
A arroba do boi gordo reagiu no pasto, atingindo R$ 345 em março de 2022, um valor correspondente a R$ 357 atualmente. Foi um período de intensas altas, segundo Roble. Os preços do boi e da mesocarpo estão elevados, mas há um poderoso componente inflacionário neles. São inferiores aos recordes de 2021 e de 2022 e voltam aos patamares de 2019 e de 2020, quando corrigidos pela inflação, segundo o pesquisador.
Mesmo com os preços atuais, a demanda interna continua firme, devido à queda da taxa de desemprego e à subida da renda real do consumidor, afirma Roble. O ano pretérito foi um período de oferta recorde, quando a produção atingiu 10,18 milhões de toneladas, e as exportações, 2,87 milhões.
Neste ano, o cenário pode ser um pouco dissemelhante. A produção recua para 10,12 milhões de toneladas, e as exportações devem subir 3%, segundo estimativas do Usda (Departamento de Lavoura dos Estados Unidos). Os abates, que atingiram 39,12 milhões de cabeças em 2024, recuam para 38,12 milhões neste ano. A disponibilidade interna de mesocarpo bovina começou o ano em nível recorde, somando 620 milénio toneladas em janeiro, volume que recuou para 562 milénio em fevereiro e deve terminar março em 526 milénio, segundo Roble.
A produção de mesocarpo bovina teve poderoso evolução na última dezena. Segmento desse proveito se deve a investimentos e aumento de produtividade. No início do século, cada bicho rendia 228 kg de mesocarpo. Em 2020, atingiu o recorde de 270 kg.