Esporte
Contra a maré, Filipe Luís critica naturalização das apostas

“Quando eu era novo, assistia à Fórmula 1 com o meu pai e todos os carros tinham uma propaganda de cigarro. Hoje já não pode mais”, relembrou Filipe, convidando nosso olhar para questionar se, na próxima geração, as pessoas não estarão espantadas com a naturalização que foi dada às apostas online, alguma coisa que altera tanto a dinâmica da sociedade quanto o comportamento pessoal. “Ainda não temos a real noção do que está acontecendo”, disse.
Estudo da CNC (Confederação Pátrio do Transacção de Bens, Serviços e Turismo) mostrou que, entre junho de 2023 e junho de 2024, os brasileiros botaram muro de R$ 68 bilhões em apostas online. Um recorde. Uma coisa puxa a outra, e esse e outros estudos mostram que as apostas afetam diretamente a renda das famílias. Suas prioridades do mês. Não para por aí.
Pesquisa do Datafolha contou que 30% das pessoas que fazem apostas online têm entre 16 e 24 anos. O problema, porquê aponta uma reportagem de Ludmilla Honorato em VivaBem, é que com esta idade a espaço do cérebro humano que constrói discrição e capacidade de julgamento sobre as apostas não está plenamente formada.
Filipe Luís entende a sua responsabilidade porquê figura que influencia jeitos de pensar e de agir. Mormente entre as juventudes. Por isso é tão importante registrar o que ele trouxe. Não veremos muitos outros jogadores ou dirigentes fazerem o mesmo.
“Eu já recebi várias ofertas para fazer propaganda de casas de apostas. Não faço, porque eu sei o dano que é para as pessoas que apostam, né? É um vício, é uma droga, infelizmente”, afirmou.
Dos 20 clubes da primeira ramificação masculina do Brasileirão, 18 têm uma empresa de apostas porquê patrocinadora principal da camisa. Inclusive o Flamengo. A marca estava detrás do técnico durante a entrevista. É saudável que andem assim, tão próximas?