Um pastor confessou na semana passada ter cometido um vício e anunciou que, por esse motivo, estava deixando a igreja que ele criou e tornou famosa. Desde logo, evangélicos não falam de outro objecto. Por quê?
Ainda sabemos pouco sobre o que o ex-pastor Paulo Junior fez. Mas, aparentemente, seu vício não tem a ver com sexo fora do consórcio, com tomar ou usar drogas nem com roubar a congregação. Seu “violação” foi tratar mal as pessoas de sua igreja.
Em vez de carrasco, Paulo Junior vem sendo tratado uma vez que vítima por secção das pessoas que acompanham o debate —uma vez que se a cultura woke e o vitimismo da geração Z tivessem aniquilado um “guerreiro do Evangelho”. No Instagram, o número de seguidores dele continua aumentando.
Mas Paulo Junior é polêmico, sabido por mostrar publicamente o vício dos outros. Por desculpa dessa postura, o pastor Silas Malafaia —que tem nomeada de julgar e criticar— profetizou que ele perderia seu ministério.
Paulo Junior é uma estrela no nicho calvinista do país —uma turma teologicamente mais intelectualizada, puritana e tradicionalista. Também é descrito uma vez que um desequilibrado emocionalmente, que não foi treinado em seminário para atuar uma vez que pastor.
Relatos de vítimas do ex-pastor nas redes sociais mencionam situações de humilhação pública. Por exemplo, mandar alguém trocar de roupa por descobrir a vestimenta impudico ou obrigar quem erra a conversar a falta e pedir perdão a outros líderes da igreja.
O nome oferecido a esse vício é “abuso espiritual“. É parecido ao assédio moral, agravado pela posição do pastor —alguém que fala e age em nome de Deus. A vítima se resigna diante da perspectiva de ser excluída do inextricável de afetos constituído na igreja e pela culpa de contradizer a vontade de Deus.
Dissemelhante da agressão física ou sexual, o desfeita místico não deixa marcas visíveis. Os efeitos ficam dentro, não fora do corpo.
Livros populares entre evangélicos, uma vez que “Uma Igreja Chamada Tov” e “Jesus e John Wayne“, expõem práticas de assédio místico. Algumas vezes aparecem associadas à aproximação entre política e religião, à promoção de valores masculinos no estilo “cowboy” e à resguardo da submissão das mulheres aos maridos.
O caso atual deve energizar evangélicos que sofrem ou sofreram abusos. Em glosa ao cláusula do pastor Kenner Terra sobre o incidente, um leitor desabafa: “Eu costumava frequentar a Parlamento de Deus Brás 20 anos detrás, e só eu sei os abusos eclesiásticos que vi ali… Hoje nutro completa ojeriza por líderes religiosos”.
Essas práticas não acontecem em todas as igrejas nem são exclusividade do campo evangélico. Igrejas são frequentemente espaços de protecção para quem está no “lixão das almas”, descartado pela sociedade. Em tempos de polarização irracional, generalizar levante caso provavelmente fortalecerá a liderança radicalizada.
Comentaristas influentes no campo, uma vez que Victor Fontana e Yago Martins, afirmaram que Paulo Junior errou, que as vítimas devem ser ouvidas e acolhidas e que pastores e suas comunidades devem repensar suas posturas. Isso é positivo.