Chega de comida fake!
A inflação voltou a irritar os brasileiros, mormente quando compram vitualhas. Na feira e no supermercado, os preços assustam. Mas o pior é a forma porquê os fabricantes estão enfrentando essa situação: reduzindo o peso dos produtos ou substituindo itens por um similar fake, porquê no caso do leite condensado com rótulo igual, mas que na verdade é uma mistura láctea condensada.
No mínimo, os rótulos deveriam ser muito diferentes dos produtos originais, para evitar a compra motivada pelo preço, sem saber que comprou, por exemplo, óleo misto (óleo + óleo de soja) em lugar de óleo.
O CDC (Código de Resguardo do Consumidor) é muito objetivo com relação ao recta à informação. No cláusula 6º, um dos direitos do consumidor é “a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, formação, qualidade, tributos incidentes e preço, muito porquê sobre os riscos que apresentem”.
Aliás, o cláusula 37 diz que “é enganosa qualquer modalidade de informação ou notícia de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por preterição, capaz de induzir em erro o consumidor a reverência da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços”.
Ora, vender mistura láctea porquê leite condensado ou chocolate com 80 gramas (no pretérito, um barra tinha 200 gramas) sem deixar muito evidente que o peso foi reduzido gradativamente, é induzir o consumidor a erro. Isso também ocorre em embalagens de pretensos cafés, feitos de cevadinha ou com borra de café, cevada e milho, chamados de “pó para preparo de bebida sabor café”.
Voltei a nascente objecto porque, nos últimos meses, uma conjugação de eventos climáticos extremos (secas e enchentes) provocou aumento generalizado dos preços de vitualhas. E essa inflação dos vitualhas deixa os brasileiros com péssimo humor, porque aumenta o peso da alimentação nos gastos das famílias.
Mas certamente a solução não é a reduflação (redução do peso ou do tamanho dos produtos para não reajustar preços), nem a maquiagem de itens porquê manteiga, óleo, moca, leite condensado, creme de leite, requeijão, dentre outros. Um problema tão sério tem de ser enfrentado com a participação das autoridades, dos fabricantes, dos comerciantes e dos consumidores, sem disfarces nem com produtos que pareçam mas não sejam o que se espera deles.