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Com bom clima, estoque interno de mantimentos sobe 162% – 13/03/2025 – Vaivém

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Em um ano de elevação dos preços internacionais da sustento e de possante pressão desse setor na inflação, os estoques finais brasileiros de mantimentos devem subir 162% neste ano, em relação ao anterior.

Pelo menos é o que indicam estimativas atuais, com base em uma safra recorde de grãos que, em boa secção, ainda depende das condições climáticas dos próximos meses para ser concretizada.

Os números são da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), mas os estoques finais — volume que sobra de uma safra para outra— não se referem ao totalidade de grãos nas mãos do órgão governamental, mas de todo o mercado.

A safra 2023/24 foi uma das mais apertadas na sobra de grãos. Os estoques finais caíram para 4,28 milhões de toneladas, somando os cinco principais produtos brasileiros (arroz, feijoeiro, milho, trigo e soja). Em 2024/25, esse volume sobe para 11,2 milhões.

Alguns números já estão praticamente consolidados, uma vez que o do arroz. Depois uma safra ruim em 2024, as estimativas para a atual são de 12,1 milhões de toneladas, a maior em oito anos e 14% superior à anterior.

O estoque final da safra 2023/24, que para leste cereal terminou no final de fevereiro deste ano, ficou em unicamente 393 milénio toneladas. Com a safra atual, o volume sobe para 1,4 milhão, um aumento de 256%.

Os números do arroz são bons, mas a confirmação desse estoque vai depender muito do mercado internacional, que definirá volume a ser exportado e a ser importado pelo Brasil. O ano safra do arroz termina em fevereiro de 2026.

Preços internacionais do cereal, que estão mais favoráveis para a importação, serão importantes nessa definição. Internamente, o comportamento do dólar também influencia. Uma cotação elevada da moeda americana levará mais arroz brasiliano para o mercado extrínseco.

Os estoques finais de feijoeiro, que terminaram dezembro de 2024 em 198 milénio toneladas, deverão subir para 322 milénio neste final de ano. A primeira safra da leguminosa, já colhida, foi boa, mas a segunda e a terceira ainda dependem de clima e de preços que incentivem o plantio pelos produtores.

O milho, um dos principais problemas do país no momento, devido à queda dos estoques finais da safra 2023/24 para unicamente 2 milhões de toneladas, deverá ter uma sobra do cereal 177% maior na safra 2024/25.

A concretização desse volume depende de uma série de fatores. O principal é a confirmação da produção do país em 123 milhões de toneladas nesta safra. A safrinha ainda está sendo semeada, e leste é um período de risco, principalmente devido ao clima.

Exportações e importações também vão influenciar nesse estoque final de milho previsto para janeiro de 2026, quando termina a safra 2024/25. A estimativa da Conab é de uma sobra de 5,54 milhões de toneladas. Em safras anteriores, chegou a até 15 milhões.

O cenário do trigo melhora, com estimativas de aumento de 92% nos estoques, que sobem para 1,74 milhão de toneladas. A efetivação desse volume, porém, depende da intenção de plantio do produtor, do clima e dos preços.

Os estoques de passagem da soja, devido à produção recorde, deverão atingir 2,24 milhões de toneladas em dezembro, um volume 185% supra do de igual mês de 2024, segundo a Conab. A safra está prevista em 167,4 milhões de toneladas, e 60% da extensão semeada já foi colhida.

O desempenho do mercado extrínseco, principalmente com a tarifa de 10% que a China impôs sobre a soja dos Estados Unidos, pode influenciar nesse número de estoques de passagem.

A produção totalidade de grãos do Brasil, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (13), deverá atingir 328 milhões de toneladas, nos cálculos da Conab. Na avaliação do IBGE, o volume será de 324 milhões.

Cana Até o início de março, as usinas do centro-sul processaram 615 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2024/25. O volume é 5% subalterno ao de igual período anterior.

Cana 2 A produção de açúcar caiu para 39,8 milhões de toneladas, 5,6% a menos, e a de etanol foi a 33,9 bilhões de litros, 4% a mais, segundo dados da Unica.

Ovos O aquecimento do mercado internacional pode sublevar as exportações brasileiras dessa proteína para 35 milénio toneladas neste ano, 1% supra das projeções iniciais feitas pela ABPA (Associação Brasileira de Proteína Bicho).

Ovos 2 No ano pretérito, as vendas externas somaram 18 milénio toneladas, mas nos melhores momentos do mercado extrínseco para o Brasil as exportações chegaram a 40 milénio toneladas. A produção brasileira deverá somar 3,6 milhões de toneladas em 2025, segundo Ricardo Santin, presidente da ABPA.



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