Na temporada passada, o Botafogo ficou fora da período final do Carioquinha.
Isso depois do fiasco ocorrido no Campeonato Brasileiro de 2023, quando teve a taça nas mãos, abriu 13 pontos de diferença sobre o segundo posto e acabou seis pontos detrás do vencedor Palmeiras, em quinto lugar, com vaga somente na pré-Libertadores.
Daí para a frente sabem a rara leitora e o vasqueiro leitor o que aconteceu: o alvinegro carioca não só ganhou a Libertadores porquê abiscoitou também o Brasileirão, façanha para poucos.
A história se repete no início deste ano de 2025.
O Glorioso ficou fora até da Despensa Rio e deixou escapar a Recopa Sul-Americana sem oferecer resistência ao Racing, lá e cá, 2 a 0 e 0 a 2.
O boquirroto John Textor marcha para a desmoralização.
Ele aceitou fazer contrato com o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) e pagar um milhão de reais para esgueirar de dura suspensão por ter feito acusações levianas contra a arbitragem da CBF. Arbitragem que é ruim demais, mas não, necessariamente, desonesta —pelo menos até que se prove.
Se não montar outro time competitivo, Textor terá dificuldade em transpor às ruas da Cidade Maravilhosa, e a esperança está em que ele planeje repetir a estratégia de 2024.
Só agora se contratou treinador, o português Renato Paiva, e o torcedor, mesmo ainda compreensivelmente anestesiado pelas conquistas recentes, começa a se perguntar se tudo não passou de sonho de verão.
Os dois principais jogadores da vitoriosa campanha, Luiz Henrique, ruim da cabeça e saudável dos pés, e Thiago Almada, foram embora, o refinado prateado para o Lyon, também de Textor.
Tiquinho Soares foi outro que saiu e começa a ir muito no Santos, assim porquê uma leva de campeões deixou o clube.
Será a SAF do Glorioso tão safada que se contentou com os feitos recentes e, satisfeita, abandonou os torcedores do clube de General Severiano?
Saberá o empresário estadunidense que o Lyon e, muito menos, o Crystal Palace, outros clubes nos quais investe, não têm história para amarrar as chuteiras do Botafogo?
O clube gálico, por sinal, só apareceu na foto neste século, e porque Juninho Pernambucano o liderou no inacreditável período de sete anos entre 2001 e 2008, quando foi heptacampeão gálico.
Mas, se o tópico é sete, o Botafogo teve Mané Garrincha, Jairzinho, Maurício, Túlio e Luiz Henrique com o 7 nas costas e é secção indelével do pentacampeonato da seleção brasileira, com gênios da estirpe de Nilton Santos e Didi, além dos citados Garrincha e Jairzinho, para não falar de Zagallo, Amarildo, Paulo Cézar Caju e Roberto Miranda.
O botafoguense exige saudação e não quer limitar sua gratidão a um cometa, porquê já aconteceu em 1989, quando saiu da fileira de 21 anos graças ao seu presidente Emil Pinho, portanto um dos maiores bicheiros do Rio de Janeiro.
Textor tem crédito em vias de perfazer, ainda mais depois do desmoralizante contrato com o STJD, obrigado a botar cinicamente o rabo entre as pernas.
Poderá melhorar sua imagem se oferecer ajuda a Igor Melo, o influenciador botafoguense covardemente baleado pelo ainda solto policial reformado Carlos Alberto de Jesus, porque ser preto no Brasil é invitação para tomar tiro.
Será um belo gesto.