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Bolsonarismo exige direitos humanos, mas só para os seus criminosos

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O bolsonarismo descobriu que o sistema penal é falho, cruel, superlotado e desumano, seja na Argentina, no Brasil ou nos Estados Unidos (onde também há golpistas presos esperando deportação), mas só porque agora é ele quem está do lado de dentro.

“Um lugar que não tem o mínimo de direitos humanos”, reclamou um dos fugitivos, que foi recluso no país vizinho, em registro do UOL.

Quando o morador de favela passava anos esperando julgamento sem aproximação a legisperito ou saúde, era “mimimi”. Quando um pobre tomava tiro da polícia ao “levantar suspeita”, era “reação proporcional”. Agora que um sujeito que ajudou numa tentativa de golpe de Estado, foi sentenciado e fugiu do país e não consegue um raio-X na masmorra do país vizinho, é crise humanitária.

É quase comovente ver a transformação: golpistas amadores virando reformadores penais. A empatia brotou no barro da quartinho. A comida insossa virou argumento político.

A ironia é cruel, mas necessária: o bolsonarismo está provando da própria receita de desumanização — e não gostou do sabor. Descobriram que masmorra não é resort, que prisão não é piada, que a Argentina de Milei pode ser mais dura que o Brasil de Lula. Um deles disse ao UOL que seus 49 dias recluso na carceragem de Jujuy foram milénio vezes piores do que os 11 meses na Papuda.

Muito-vindos ao debate sobre direitos humanos, ainda que tardiamente. Só falta agora reconhecerem que esses direitos não são privilégios de aliados ideológicos — são princípios universais que valem para todo mundo, independente da cor de pele, classe social, identidade, gênero.





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