Esporte
Apesar de Magalu, varejo segue desprezado pelo mercado para dividendos

Marco Saravalle, crítico e sócio-fundador da MSX Invest, ressalta que as varejistas precisam investir continuamente em tecnologia, e-commerce, logística e métodos de pagamento para se sobresair. Ele considera improvável que alguma varejista se torne uma grande pagadora de dividendos em 2025 ou 2026. “Algumas podem chegar a um dividend yield de 5%, mas a média do setor gira em torno de 2% a 3%, valores baixos”, avalia.
Para Saravalle, distribuições elevadas costumam ter motivações estratégicas, uma vez que aprazer investidores, controladores ou por receito diante de novas tributações de proventos, mas não refletem uma cultura de pagamento de dividendos no varejo. Ele também aponta que a valorização recente das ações do setor pode estar ligada à expectativa de queda dos juros, fator que beneficiaria as varejistas.
Uma agulha no palheiro
Encontrar uma empresa que pague bons dividendos no varejo é uma vez que descobrir uma agulha no palheiro, afirma Oliveira. No entanto, três empresas se salvam, segundo analistas.
A principal delas é a Vulcabras (VULC3), varejista de calçados esportivos, dona das marcas Olympikus, Mizuno e Under Armour. A empresa paga dividendos mensais desde agosto de 2024 e confirmou que manterá a prática em 2025. Em 2024, foi a 4ª maior pagadora de dividendos da bolsa, com dividend yield de 15,64%.
Lima, da VG, vê a Vulcabras uma vez que uma exceção, devido ao seu pé na indústria e diferenciais competitivos. “É uma empresa muito rentável, geradora de caixa e com inferior endividamento”, diz. Ele destaca que, sem novas oportunidades de investimento ou expansão em lojas, a companhia tem recursos para repartir dividendos. Lima projeta um dividend yield de 8% para 2025, com potencial de se manter nos próximos anos.