Anna Magnani: a estrela italiana que trocava festas para permanecer com seus gatos

Reconhecida porquê uma das maiores atrizes do cinema italiano, Anna Magnani também ficou marcada por um gesto de ternura fora das telas — sua dedicação aos gatos de rua que viviam no Largo di Torre Argentina, em Roma. Muito antes de o lugar se tornar sabido porquê abrigo felino, foi ela quem iniciou o desvelo quotidiano com os animais abandonados que perambulavam pela região.

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Conforme lembra seu fruto Luca, todas as noites as empregadas da mansão cortavam a músculos em pequenos pedaços para cevar os gatos que conviviam com a família — entre eles Lady e um gatinho tigrado vermelho, o predilecto da atriz. Esse hábito se transformou em um ritual de carinho que expressava seu paixão incondicional pelos animais.

Ou por outra, o diretor Franco Zeffirelli relatou que Magnani costumava trespassar de mansão disfarçada, com um lenço cobrindo a cabeça para evitar ser reconhecida. Levava sempre uma cesta enxurrada de comida, que distribuía aos felinos das ruas. Mesmo sendo uma das mulheres mais admiradas da Itália, não hesitava em se ajoelhar na lajeada para acarinhar e cevar os bichanos famintos.

Durante as filmagens de Bellissima, de Luchino Visconti, um incidente mostrou sua força de caráter. Ao notar filhotes cobertos de pulgas perto do estúdio, Anna interrompeu as gravações para ajudá-los. Irritado, Visconti afastou um dos gatinhos com um empurrão, e a atriz reagiu prontamente: “Se fizer isso de novo, nunca mais trabalho com você!”

A atitude firme refletia não exclusivamente sua empatia, mas também sua coragem para tutorar o que considerava justo — mesmo diante de figuras poderosas do cinema. Em mansão, Magnani vivia cercada por gatos, que dormiam espalhados pela leito. Ela dizia que o som do ronronar era o melhor remédio contra a tristeza e costumava declarar: “Não preciso de festas para ser feliz. Duas criaturinhas brincando no tapete já me bastam.”

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Assim, Anna Magnani continua lembrada não exclusivamente porquê uma atriz extraordinária, mas também porquê uma mulher de espírito sensível e coração generoso. Sua devoção aos gatos de Roma permanece viva, transformando-se em um símbolo de pesar e empatia que ecoa até os dias de hoje.