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Esporte

A polêmica sintético sobre o gramado – 19/02/2025 – Juca Kfouri

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O problema maior está longe de ser sobre os efeitos dos gramados sintéticos: a discussão verdadeira está no escandaloso vestimenta de que a CBF continua jogando contra o esporte mais popular do mundo.

Assim uma vez que não resolve há décadas a questão da profissionalização da arbitragem e vive batendo cabeça em torno do tema que descredibiliza os assopradores do Patropi, o tema sobre a grama está mais para os que deveriam dela se cevar, os cartolas, do que sobre se prejudica a saúde dos jogadores ou a natureza do jogo.

Assim uma vez que é contraditório jornalista ou torcedor discutir se Neymar está manifesto ao proferir que a esfera do Paulistinha é ruim, porque de esfera ele entende mais que quem não vive de chutá-la, é até arrogante desqualificar quando ele, Lionel Messi, Luis Suárez, Ibrahimovic, Thiago Silva, Memphis Depay, Gabigol, Cássio, Bruno Henrique, Rodrigo Garro, Philippe Coutinho, Lucas Moura, Alan Patrick, David Luiz, Dudu, Gerson, Arrascaeta etc. protestam contra o piso nos estádios de Athletico Paranaense, Palmeiras, Botafogo, Pacaembu e, logo mais, Atlético Mineiro.

É simples que cabe discutir sobre o que é pior, o gramado sintético ou o furado, tanto para as lesões quanto para a qualidade do espetáculo.

Aparentemente, melhor será tapete liso de plástico que rasgado de tecido, o que não impede a constatação sobre a pobreza da primeira opção. Por fim, tapete bom mesmo é de tecido. OK, há controvérsias.

No futebol não há.

E a adoção do gramado sintético tem duas origens: a primeira diz reverência aos shows musicais nos estádios multiúso e à urgência de fazer verba em espaços grandiosos; a segunda é relativa à incompetência da jardinagem pátrio, incapaz de manter bons gramados em país tropical, um pouco que países europeus, com condições climáticas incomparavelmente mais difíceis, resolveram há décadas.

Já cantou Gilberto Gil em “Back in Bahia”, frenética e triste: “Mar da Bahia/ Dos quais verdejante, vez em quando, me fazia muito relembrar/ Tão dissemelhante/ Do verdejante, também tão lindo, dos gramados campos de lá/ Ilhota do Setentrião/ Onde não sei se por sorte ou por penalidade, dei de parar”.

Penalidade uma vez que o de se subordinar à mediocridade da cartolagem pátrio.

Vejam a rara leitora e o vasqueiro leitor que na lista de jogadores só tem quem já jogou na Europa, exceção feita a Garro, e é auspicioso que levantem suas vozes em proteção ao espírito do jogo.

Além do mais, deixemos de tapar o sol com a tamis, sol que também é mal aproveitado por arquiteturas equivocadas em estádios esquecidos dos gramados, talvez por isso agora apelidados de arenas, palcos de areia: tem vantagem quem joga em sintéticos em lar, uma vez que tem vantagem quem joga na altitude. Ou será mera coincidência que os três últimos Campeonatos Brasileiros tiveram uma vez que campeões dois clubes que os utilizam?

A polêmica está posta. Fizeram muito muito os atletas em expô-la sem meias palavras. É simples que os clubes têm autorização da Fifa e que quaisquer mudanças precisarão de tempo.

Tão simples uma vez que constatar que o futebol em gramados naturais é um esporte dissemelhante do disputado em sintéticos.

Desde que os naturais sejam impecáveis.

No Sapporo Dome, convivem os dois: sai um, do futebol, entra outro, do beisebol.

No Japão…


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