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A guerra mercantil foi realmente adiada? – 05/02/2025 – Solange Srour

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O início do novo governo americano tem trazido grandes incertezas e ameaças para os mais variados países. Depois anunciar tarifas agressivas contra México, Canadá e China, Trump adiou por um mês a guerra comercial com seus vizinhos.

As tarifas sobre produtos chineses foram mantidas, mas em patamares muito menores que os prometidos. É difícil ter qualquer expectativa em relação aos próximos passos dos EUA, mas alguns pontos importantes merecem consideração.

Tarifas podem fazer sentido em um conjunto restrito de circunstâncias, porquê ajudar indústrias emergentes a perceber graduação de competição internacional e pressionar países a fechar práticas desleais, porquê subsídios e manipulação cambial. No entanto, impor tarifas ao Canadá e ao México não atendia a nenhum desses propósitos. Em vez disso, prejudicava profundamente um ecossistema econômico que permite aos EUA manter sua competitividade global.

Os três países formam uma zona de livre-comércio mutuamente benéfica. De modo universal, o Canadá fornece insumos básicos, o México oferece mão de obra de insignificante dispêndio e as empresas dos EUA coordenam uma complexa rede de atividades através das duas fronteiras.

O caso da China, por outro lado, é bastante dissemelhante. Por décadas, seu desenvolvimento foi sustentado por dois fatores-chave: o aumento da população em idade ativa e o rápido progresso da produtividade. No entanto, há mais de uma dez a população economicamente ativa atingiu seu pico e, desde portanto, tem entrado em declínio.

Ao mesmo tempo, apesar dos investimentos significativos em inteligência artificial e energias renováveis, o ritmo de progresso tecnológico do país tem mostrado sinais claros de desaceleração.

Para manter altas taxas de desenvolvimento, a China precisaria reorientar sua economia, redistribuindo a renda de forma a estimular o consumo interno. No entanto, o governo chinês tem demonstrado resistência em adotar reformas que viabilizem esse movimento, continuando a priorizar políticas de incentivo à expansão da capacidade produtiva.

Com um excesso de oferta, a China não exclusivamente tem exportado sua produção excedente de maneira agressiva porquê tem direcionado cada vez mais investimentos para outras regiões. As consequências para a economia global são significativas.

Por um lado, a grande perda de empregos na indústria alimenta o protecionismo. Por outro, iniciativas porquê a “Belt and Road Initiative” (Nova Rota da Seda) —projeto de Xi Jinping que estabelece uma rede de rotas comerciais e infraestrutura ligando a China a várias partes do mundo— trazem riscos para o Poente que vão além das questões econômicas, entrando na esfera geopolítica.

Esse é o segundo ponto que diferencia a China dos demais parceiros comerciais dos EUA. As preocupações com soberania pátrio tornaram-se um dos fatores mais relevantes na formulação das políticas econômicas. A pandemia de Covid-19 evidenciou a fragilidade das cadeias globais em momentos de crise. Em seguida vieram as guerras, os embargos e as sanções. Uma vez que consequência, a questão da segurança pátrio ampliou o escopo de atuação dos governos.

É nesse contexto que vemos iniciativas recentes, porquê as de Trump em relação à Groenlândia e ao canal do Panamá, sendo que Taiwan se destaca porquê um dos maiores riscos de médio prazo.

A temida retaliação chinesa foi cuidadosamente calculada. Diferentemente de sua primeira disputa mercantil com Trump, quando Pequim respondeu com tarifas equivalentes às impostas pelos EUA, desta vez Xi aplicou tarifas sobre exclusivamente uma pequena fração do valor mirado por Washington. Definitivamente, uma guerra tarifária em grande graduação não interessa à China neste momento.

A grande incerteza que nos acompanhará por qualquer tempo é: até quando esse status quo será mantido, evitando um cenário disruptivo para a economia global?


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