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Estudo: Peso da Igreja seguiu em baixa com Francisco – 21/04/2025 – Mundo

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Maior instituição místico do planeta, com dois milênios de história e 1,3 bilhão de aderentes, a Igreja Católica sempre exerceu grande influência geopolítica.

Papas foram grandes líderes militares, comandaram extensos territórios e ditaram o rumo de nações, ordenaram cruzadas, herdando a estrutura do Predomínio Romano. Mesmo posteriormente a Reforma e o Iluminismo, mantiveram poder político em países de maioria católica.

O século 20 e seu choque de veras, com duas guerras mundiais, mudou isso de vez, mas não completamente. O ditador Josef Stálin (1878-1953) ficou famoso ao questionar quantas divisões tinha o papa, mas em 2025 sua União Soviética é defunta há 34 anos.

Outrossim, os papados, mesmo modernos, nunca estiveram dissociados do Zeitgeist, o espírito do seu tempo.

Isso dito, foi o polonês Karol Wojtyla (1920-2005) o último grande pontífice do ponto de vista político. Reinando porquê João Paulo 2º por longos 27 anos, ele encarnou a resistência do seu Leste Europeu à dominação soviética.

Visitou países comunistas e manteve ativa interlocução com os movimentos que ajudaram derrubar a corroída Cortinado de Ferro, que eventualmente levaram junto o império de Moscou em 1991. Tornou-se um popstar global por cortesia do espraiamento da cobertura de TV e criou ritualística própria, porquê o ósculo no solo dos países que visitava.

Mas seus feitos se concentraram na primeira metade do seu papado. Depois, o hoje santo João Paulo 2º foi mais associado à sua agonia pública devido à saúde debilitada, que virou uma metáfora da decadência política de uma Igreja acossada por escândalos financeiros e de pedofilia.

Quando seu leão de granja teológico, Joseph Ratzinger (1927-2022), o substituiu porquê Bento 16 em 2005, houve um alinhamento ao conservadorismo que ganhara força com as duas eleições de George W. Bush nos EUA.

Não era só a política. No ano anterior, uma visão integrista da religião havia tomado as telas no polêmico “A Paixão de Cristo”, do católico radical Mel Gibson, dando conta do envolvente cultural de repudiação à farra liberal dos anos 1990 e a frustração econômica das classes médias e baixas no Poente.

Bento 16 pregou uma Igreja menor e mais coesa —e saiu derrotado. A sangria de fiéis, em privativo na Europa, continuou, e sua valia geopolítica foi marginal. Em 2008, o pêndulo ocidental mudou para o lado progressista novamente, com a eleição de Barack Obama nos EUA.

No meio do caminho, Bento 16 renunciou, e Jorge Mario Bergoglio, um prateado de poderoso tonalidade peronista, o privado tipo de esquerdismo paternalista que marca a política do seu país, foi sagrado papa em 2013.

Sua eleição sugeriu consonância com os tempos: com seu oração de exaltação da pobreza e da humildade, Francisco se alinhava a ideais progressistas em voga. Fez aberturas inéditas a grupos marginalizados na Igreja, porquê os homossexuais, embora nunca tenha mudado a ensinamento.

A visão de mundo de Francisco sempre foi, para críticos, eivada por um perceptível idealismo. Para seus defensores, ela refletia a ânsia de estribar os mais expostos. Seja qual tenha sido sua motivação, do ponto de vista geopolítico a Igreja seguiu na rota do refluxo.

A mais notável imposto do papa foi sua mediação, em 2014, para mediar a reaproximação entre os EUA e Cuba. Ainda assim, foi um tanto efêmero, já que Donald Trump suspenderia o processo logo que assumiu seu primeiro procuração, em 2017. . Entrou em atrito com o atual vice trumpista, o católico J. D. Vance —ironicamente, a última autoridade a visitar Francisco.

Francisco ensaiou algumas leituras políticas do mundo em desencanto, em meio à subida, queda e retomada do poder do populismo de cepa trumpista nos EUA e mundo afora —não por eventualidade, era pintado por bolsonaristas porquê o proverbial padre de passeata.

Na encíclica “Fratelli Tutti” (“Todos Irmãos”, em italiano), de 2020, o papa colocou no mesmo cesto os populistas e os liberais, por exemplo, em oposição à fraternidade que deveria pautar as relações de Estado e população.

“A falta de preocupação com os vulneráveis pode se esconder detrás de um populismo que os explora demagogicamente para seus próprios fins, ou por um liberalismo que serve ao interesse econômico dos poderosos”, escreveu Francisco.

“Em ambos os casos, fica difícil enxergar um mundo franco que dê espaço a todos, inclusive os mais vulneráveis, e mostre reverência por diferentes culturas”, disse, numa franca oposição tanto a políticas anti-imigração europeias quanto à própria ensinamento do predecessor, que pregava o combate ao relativismo cultural.

Ele também apostou no combate à mudança climática porquê um flagelo, publicando uma encíclica de alerta (“Laudato Si”, ou louvado sejas, em italiano medieval) em 2015 e voltando ao tema em uma exortação oito anos depois.

Talvez refletindo a polarização, seus apelos ficaram restritos ao público que já concordava com eles, porém. Seu declínio físico nos últimos anos tampouco ajudou na missão, e ele foi criticado no Ocidente por buscar entender os motivos russos para a invasão da Ucrânia, que condenou.

Na via contrária, no ocaso do papado o pontífice entrou em choque direto com J.D. Vance, o vice ideólogo e católico de Trump, ao rejeitar a noção do político de que a política migratória do gerente justificável sob a ótica cristã. Muitos viram ali, porém, mais uma disputa já antecipando o horizonte conclave.

Morto aos 88 anos, Francisco certamente arejou o debate interno na Igreja, ainda que sua pegada geopolítica tenha sido tênue ao longo dos anos.

Deixa um Escola de Cardeais mais próximo de sua visão de mundo, mas é incerto porquê os homens de vermelho pretenderão interagir, a partir de sua escolha nesta novidade era Trump, com um mundo onde o pêndulo não está nos polos tradicionais e o espírito é mais cínico.



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