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Relatos sobre o estrondo e o plangor de Donald Trump – 12/04/2025 – Alexandra Moraes – Ombudsman

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“É logo que o mundo acaba/Sem estrondo, num plangor.” Os versos mais conhecidos de T.S. Eliot (cá na tradução de Caetano W. Galindo) servem a uma semana em que Donald Trump tentou o estrondo com seu tarifaço, mas terminou no plangor diante da reação da China de Xi Jinping.

O presidente que vem flertando com a autocracia encontrou o que seria seu ponto fraco, segundo a ótima Li Yuan no The New York Times (o Estado de S. Paulo colocou a tradução no ar). “Por mais imprudente e implacável que Trump possa parecer para partes do mundo, ele enfrenta, em Xi e na China, um líder e um Estado-partido com um longo histórico de procura obstinada por suas políticas —mesmo quando resultam em catástrofes econômicas e humanas.”

Não faltam exemplos na história da China para ilustrar a teoria da jornalista, que conclui: “Se Trump aspira ao poder inteiro uma vez que Xi, ainda tem um longo caminho a percorrer”.

Em meio à incerteza econômica e às certezas caóticas de Trump, a mídia tenta fornecer ao leitor qualquer guia sobre os rumos do mundo.

Anne Applebaum, na The Atlantic, diz que Trump “deu uma mostra perfeita de por que o poder legislativo é necessário, por que freios e contrapesos são úteis e por que a maioria das ditaduras unipessoais se tornam pobres e corruptas”. “Se o Partido Republicano não restituir o Congresso ao papel que lhe cabe e os tribunais não parar o presidente, esse ciclo de ruína continuará e todos no planeta pagarão o preço”, afirma.

O historiador escocês Niall Ferguson produziu um experiência inusitadamente recreativo e acachapante, “As tarifas de Trump e o fim do império americano“, em que defende que o que está em curso é o desmantelamento proposital da liderança dos EUA.

É uma pena que não tenha saído em português (é no The Free Press, um daqueles sites jornalísticos de tamanho médio que acabam não atingindo o leitor brasílico uma vez que poderiam).

Ferguson segmento de um exemplo heterodoxo para sua estudo política: o jogo Minecraft, fenômeno que agora “dropou”, no verbo usado pelos jogadores, seu primeiro filme. O lançamento, aliás, foi quase ignorado pela Folha, mas esse é outro problema.

O responsável vê no filme “uma parábola quase perfeita para o segundo governo Trump” e segmento daí para atestar o termo do poderio americano. “O poderio americano (…) está sendo desmantelado em seguida 80 anos. Apesar dos impulsos imperiais de Trump — uma vez que querer apensar a Groenlândia ou sugerir que o Canadá se torne o 51º estado —, ele está, neste momento, conduzindo uma espécie de projeto radical de descolonização.”

Ele termina com uma “proposta modesta”: “Se você tem vontade mesmo de ver os proletários americanos voltando a extrair carvão, fundir ferro, fabricar Cadillacs e passar as noites tomando Budweiser enquanto assistem a filmes de faroeste, não desperdice seu tempo e força tentando atrasar o relógio da história econômica. Tarifas e projetos de descolonização não salvaram a indústria britânica depois de 1945 — tampouco salvarão a indústria americana depois de 2025. Em vez disso, crie reservas estilo Minecraft, onde esses passatempos tradicionais possam continuar existindo uma vez que forma de recreação inofensiva — ou até mesmo uma vez que atração turística.”

Enquanto o mundo se despedaça, o Brasil tenta grudar seus próprios caquinhos. Na Folha, duas colunas chamaram a atenção para assuntos que têm sido, de certa forma, negligenciados ou subestimados.

O Congresso não voltou das férias e poucos estão vendo” era o item da repórter Adriana Fernandes. “Não é que faltam parlamentares nos corredores do Senado e da Câmara. Alguns deles ainda andam por lá e nos inúmeros convescotes que se espalham em mansões e hotéis cinco estrelas de Brasília”, esclarecia ela.

“Fora o Orçamento de 2025, não votaram zero relevante para o país desde o início dos trabalhos legislativos em fevereiro, quando foram eleitos os presidentes Davi Alcolumbre (Senado) e Hugo Motta (Câmara).”

Já Conrado Hübner Mendes lembra que existe um projeto cobiçoso de reforma do Código Social que “passa abaixo do radar“. “O projeto de lei (PL 4/2025) altera mais de 1.000 artigos do código vigente e acrescenta 300. Muda mais o código de 2002 do que oriente alterou o de 1916.”

A Folha mostrou alguns pontos mais histriônicos do texto, mas é preciso entrar mais profundamente na pouquidade de discussão e na própria definição do que se está tentando fazer.


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