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Bolsonaro internado pede troca de viga e antecipa 26 no campo reacionário

NOVA CIRURGIA E QUEM QUER O QUÊ
Enquanto escrevo, na madrugada deste domingo, 13 de abril, as informações disponíveis dão conta de que ele pode ser submetido a uma novidade cirurgia. Meus votos? São os de alguém que sempre torce pela vida, nunca pela morte; pela saúde, nunca pela doença; pelo tratamento menos oneroso, nunca pelo mais; pela analgesia, nunca pela dor. Quem se regozija com o sofrimento de um tipo, não importa qual, deve examinar profundamente a sua exigência anímica. Lembro quanta porrada levei porque expressei meu horror à espetacularização da realização do facinoroso Saddam Hussein. Indagavam-me: “E as vítimas dele não o comoveram?” Ora… Ocorre que eu tinha a certeza de que zero havia em mim que me igualasse ao que fazia Saddam ser quem era no trato com seus adversários ou inimigos. Assim porquê estou notório de que zero há em mim que faz Bolsonaro ser quem é.
Da mesma sorte, não porto o germe que fez o portanto deputado Bolsonaro, em 2015, declarar o seguinte quando indagado se avaliava que a portanto presidente Dilma Rousseff concluiria o seu procuração: “Eu espero que acabe hoje, infartada ou com cancro, de qualquer maneira. O Brasil não pode continuar sofrendo com uma incompetente, ou ‘incompetenta’ adiante de um país tão grande e maravilhoso porquê esse cá”. Ela havia se tratado de um linfoma não Hodgkin. Na sessão da Câmara que aprovou a denúncia por transgressão de responsabilidade contra a petista, barbaramente torturada pela ditadura, ele dedicou seu voto ao torturador Luzente Ustra.
Leste senhor nunca teve muito reverência pela vida alheia. O conjunto de sua obra durante a pandemia o prova à farta. Ele a ironizar uma pessoa sufocada pela covid, quando faltava oxigênio em hospitais, traduz a sua altitude moral.
E, ainda assim, alguém que se identifique com o progressismo torcer por sua morte seria uma perversão, além de estupidez. Mas não se descarte a hipótese de que aqueles que anseiam “virar a página de Lula e Bolsonaro”, porquê se diz por aí, possam ver com exalo o capitão “fora do jogo” para sempre, uma vez que inelegível já está. Convenham: isso desobstruiria o caminho da extrema-direita e abriria o que muitos consideram “uma avenida” com fado notório. A lógica rudimentar indica que um reacionário calculista fazer votos para que ocorra o pior com o ex-presidente é, sim, do seu ponto de vista, inteligente, ainda que também uma perversão moral. Convenham: essa gente não é nem notável nem notória por seus bons valores.
O campo que se opõe ao bolsonarismo não ganharia zero se o pior acontecesse com ele, mas os extremistas de direita teriam um vítima, além de uma escolha para continuar a sua “obra”. Labareda-se Tarcísio de Freitas, que conta com o pedestal quase unânime “dazelites” e, reconheça-se, de setores relevantes da prelo. Minhas convicções mais profundas me dizem: “Torça, e porquê você é papa-hóstia, também reze para ele permanecer bom”. E aquele que há em mim que aprendeu a vacilar, embora conviva com o que crê, também me diz: “O pior desfecho é útil aos que veem a democracia unicamente porquê valor instrumental, não porquê fundamento inegociável. Por fim, já o usaram o bastante; chegou a hora da renovação”.
Nota: intuo que o governador não deseje um mau resultado para o seu mentor político. Está numa situação política muito confortável. O mau espírito de que trato cá pertence, se me permitem a frase, à “racionália da reacionaria”, que usa o chamado “Capitão” porquê instrumento de seus desígnios. Não que ele próprio seja, em alguma medida, singelo ou puro. Ocorre que se transformou num peso para aqueles a quem serviu com denodo. E estes têm hoje uma escolha que consideram muito mais esperta e palatável. Fosse uma guerra do mundo místico, o agora paciente sabe que seria preciso se proteger de muitos que estão do seu lado, já que os adversários zero teriam a lucrar se perdesse a guerra para aquela que Manual Bandeira chamou a “ineludível”.