Conecte-se conosco

Esporte

Ser de direita e mulher é o novo vício capital – 24/02/2025 – Natalia Beauty

Published

on



Eu nunca imaginei que ser mulher e ser de direita me tornaria um mira. Cresci ouvindo que o feminismo lutava por todas nós, que estávamos juntas contra qualquer forma de vexação. Mas a verdade bateu na minha face quando percebi que essa sororidade tinha um asterisco.

A primeira vez que senti isso foi quando comecei a falar francamente sobre meu posicionamento político. Não ataquei ninguém, não diminuí conquistas femininas, exclusivamente me declarei uma mulher empreendedora, que acredita no valor e no esforço individual. Foi o suficiente para ser chamada de alienada, vendida e até de “cavalinha do patriarcado” –um termo tão machista quanto os que dizem combater.

E aí vem a pergunta: por que a mulher que pensa dissemelhante se torna inimiga?

Se o oração é sobre liberdade, por que essa liberdade só vale se você repete a silabário? Ser mulher nunca foi sinônimo de pensar igual. Mulheres têm suas histórias, valores, crenças. Mas dentro de certos círculos, parece que só há um jeito razoável de ser mulher: aquele em que você precisa odiar o capitalismo, tratar homens uma vez que vilões e enxergar o empreendedorismo uma vez que exploração.

Os dados são claros: segundo um estudo do Pew Research Center, nos EUA, o número de mulheres conservadoras cresceu nos últimos anos, principalmente entre as mais jovens e empreendedoras. São mulheres que não rejeitam os avanços femininos, mas que acreditam na autonomia individual e não querem ser encaixadas num único molde.

Mas quando uma mulher “sai da risca” e diz que prefere um caminho dissemelhante, o que acontece? Tentam silenciá-la. E o machismo muitas vezes vem de onde menos se espera.

E ser chamada de “burra”, “submissa” ou “traidora” por homens de esquerda foi uma experiência interessante –e irônica. Por fim, não eram esses os caras que diziam concordar as mulheres? Mas parece que esse pedestal some quando a mulher decide pensar dissemelhante.

Esse fenômeno não é exclusividade do Brasil. Nos EUA, Candace Owens, empresária e ativista, passou pelo mesmo. Foi cancelada, atacada e ridicularizada por não seguir o roteiro esperado de uma mulher negra. No Reino Uno, empresárias uma vez que Karren Brady e Michelle Dewberry são mira de ódio simplesmente por defenderem o mercado e a liberdade econômica.

O que tudo isso tem em geral? O transgressão dessas mulheres não foi serem incompetentes ou irresponsáveis. Foi exclusivamente não repetirem um oração pré-aprovado.

Portanto, quem realmente quer a liberdade das mulheres?

O que vejo hoje é que as verdadeiras rebeldes são aquelas que ousam pensar por si mesmas. Antes, ser feminista era desafiar o sistema. Hoje, desafiar o feminismo tradicional é o verdadeiro ato de rebeldia.

Se ser mulher de direita significa não poder ser ouvida, não poder ser defendida, não poder ter voz sem ser ridicularizada, logo a pergunta é: quem realmente quer a liberdade feminina?

Porque, no término, liberdade de pensamento não tem lado. Ou pelo menos, não deveria ter.


LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul aquém.



Acesse a fonte

Continue lendo
Clique para comentar

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Chat Icon