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Guardiola não vai ser despedido amanhã de manhã – 21/02/2025 – Marina Izidro

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Em dezembro, com o Liverpool perto de uma vitória que aumentou a vantagem na liderança da Premier League, torcedores resolveram provocar o treinador rival. O quina, popular na Inglaterra, tem a melodia de “Guantanamera” e diz: “Sacked in the morning, you’re getting sacked in the morning” ou “você vai ser despedido amanhã de manhã.” O claro era Pep Guardiola.

O treinador do Manchester City sorriu e fez o número seis com os dedos —os títulos do Campeonato Inglês que conquistou desde que assumiu, em 2016.

O City não tem chance de vencer a Premier League e, com uma equipe envelhecendo e com lesões, faz temporada irreconhecível para seus padrões. O golpe final foi a eliminação nesta semana na Liga dos Campeões para o potente Real Madrid. Mas Guardiola ser despedido, só em risota de torcida mesmo.

Não é só porque ele tem crédito pelo que conquistou. É porque, fosse em outras ligas europeias, ou no Brasil, talvez nem um dos melhores técnicos de todos os tempos sobreviveria.

O tom da prensa inglesa sobre a duração dos treinadores da Premier League é sempre de preocupação. “Nunca se demitiu tanto”, dizem as manchetes. Mas é questão de perspectiva.

Segundo reportagem do The Athletic de maio de 2024, o tempo médio de um técnico no Campeonato Inglês no incumbência é de 787 dias. Guardiola está há oito anos e meio e é o mais longevo no momento. Thomas Frank segue há pouco mais de seis no Brentford, e Mikel Arteta está há cinco no Arsenal.

Isso sem relatar os lendários Sir Alex Ferguson, no Manchester United por 21 anos, e Arsène Wenger, que comandou o Arsenal por 22. O time de Londres é o que menos trocou técnicos desde a geração da Premier League, em 1992 –cinco vezes. Em 133 anos de história, o Liverpool só teve 22 treinadores.

Simples que há exceções. Chelsea e Tottenham têm péssima reputação, com 18 técnicos cada um nas 33 temporadas da liga. Mas, no universal, a tendência é dar tempo ao treinador para que implemente suas ideias. Existe paciência e planejamento.

Há alguns dias, o repórter Fred Caldeira, da TNT Sports, perguntou a Guardiola o que ele achava de 20 técnicos terem sido demitidos em clubes do Brasileirão em 2024.

Espantado, respondeu: “Não sei a razão pela qual isso acontece, mas os clubes também precisam pensar que, quando vivem uma temporada com três ou quatro treinadores diferentes, o problema é quem escolheu esses treinadores. Logo deveriam prescindir os dirigentes que os escolheram”. E completou: “No meu primeiro ano, eu não ganhei. Se tivessem me despedido, não teríamos vivido os oito, nove anos uma vez que vivemos. Agora, não me demitiram nesta temporada porque ganhamos muito no pretérito”.

Faz sentido. Em seu primeiro ano, o City foi eliminado da Liga dos Campeões nas oitavas de final para o Mônaco, saiu da Despensa da Inglaterra na semifinal e foi terceiro na Premier League, 15 pontos detrás do vencedor, Chelsea. Não conquistou zero. Se dirigentes e torcida tivessem sido impacientes, os seis títulos da liga, o da Champions e o Mundial de Clubes, entre outros, provavelmente não existiriam.

“As coisas não são eternas”, admitiu o espanhol depois da melancólica eliminação nesta semana. Mas nenhum time, por mais rico que seja, prospera sem um substância chave nesta receita de sucesso: firmeza.


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