No meio da semana, três clássicos terminaram de harmonia com o que se previa, nos desempenhos e nos resultados. Não houve surpresas. Futebol também tem lógica.
Porquê se previa, o Santos, porquê gosta Pedro Caixinha, pressionou o Corinthians no início, teve mais a posse de globo, mas, progressivamente, o Corinthians dominou o jogo por ter melhor equipe e ganhou por 2 a 1.
Porquê se previa, o Flamengo foi superior ao Botafogo e venceu por 1 a 0, embora as dificuldades para lucrar tenham sido muito maiores do que na partida anterior entre os dois times.
Porquê se previa, o Real Madrid foi melhor e venceu o Manchester City por 3 a 2, resultado decorrente de o time espanhol ter quatro atacantes excepcionais e da fragilidade defensiva da equipe inglesa, que tem sido marcante.
O Corinthians possui o melhor trio ofensivo do Brasil. Garro, Memphis e Yuri Alberto contam ainda com a ajuda do trio de meio-campistas, dinâmicos, que marcam e iniciam as jogadas ofensivas. O Corinthians está entre os principais times brasileiros, com chances de lucrar títulos importantes no Brasil e na América do Sul.
O Santos, mesmo se Neymar rutilar intensamente, vai precisar de reforços para estar no grupo de cima do futebol brasiliano. Contra o Corinthians, Neymar jogou muito muito os primeiros 20 minutos e, depois, junto com o time, caiu bastante de produção. Quando chegou ao Santos, Neymar deveria ter treinado mais tempo para melhorar a secção física, antes de principiar a jogar. Isso ocorreu porque queria atuar logo e pelos interesses financeiros: os seus, os do clube e os dos investidores.
O Flamengo tem tido atuações consistentes e regulares. A equipe pressiona para restaurar a globo, avança os zagueiros, porém com cuidados, sem posicioná-los na risco do meio-campo, por desculpa dos riscos.
O Botafogo manteve a memória tática do time vencedor da Libertadores e do Brasileirão, mas essa memória ficou desfalcada dos seus melhores jogadores, Almada e Luiz Henrique, além de o clube ainda não ter contratado um técnico. Penso que a decisão do proprietário da SAF de procrastinar a chegada de um novo treinador é mais por desculpa financeira, já que os investimentos foram muito grandes no ano pretérito, do que por questões técnicas.
No clássico europeu, Guardiola, na tentativa de diminuir a fragilidade defensiva, colocou um patrono mais marcador (Akanji) no lugar do meio-campista Rico Lewis, que atua porquê um lateral construtor e que pouco marca. Funcionou muito. Porém, para má sorte de Guardiola, Akanji se machucou, e Lewis entrou no seu lugar no início do segundo tempo. A partir daí, Vinicius Junior deitou e rolou.
Ancelotti, aos poucos, tem melhorado a resguardo, que teve muitos problemas por desculpa de ter um quarteto ofensivo, deixando unicamente dois jogadores no meio-campo. Contra o City, Rodrygo pela direita e Vinicius Junior ou Bellingham pela esquerda –os dois se alternavam– voltavam para marcar formando um quarteto no meio-campo na proteção aos zagueiros. Dorival Júnior vai precisar fazer o mesmo na seleção. Times que marcam com unicamente dois no meio-campo estão programados para o insucesso, mesmo com um magnífico quarteto ofensivo.
O futebol possui também lógica. O problema é que em um jogo há várias lógicas que se cruzam, uma competindo com a outra. É o caos organizado.