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Antes de postar, você pensa se seu rebento gostará da exposição no horizonte?

Foi um choque sutil, mas importante. Porque mesmo perguntando antes de postar, percebi que a exposição que ele teve ao longo dos anos gerou efeitos que talvez ele nem tivesse uma vez que prever quando era mais novo. A internet constrói uma identidade sobre nós, muitas vezes antes que tenhamos chance de sentenciar quem queremos ser.
E em alguns casos, essa exposição foge completamente do controle da família. Rostos de crianças se tornam memes, figurinhas de WhatsApp, GIFs que circulam sem crédito, sem contexto, sem que ninguém pare para pensar que, do outro lado da tela, existe um tipo que pode crescer detestando ser lembrado por uma visagem que fez quando tinha quatro anos.
Quem não conhece a garotinha sorrindo enquanto uma vivenda pega queimada ao fundo, que cresceu e, hoje, vendeu os direitos da imagem para remunerar os estudos? Ou ainda a Chloe, a menininha que virou meme por sua sentença de suspeição. Chloe Clem tem hoje 14 anos e cresceu sob o impacto de uma exposição que começou quando ela tinha somente dois.
Em entrevista recente, sua mãe, Katie Clem, revelou sentir culpa pela glória repentina da filha e pela forma uma vez que sua imagem viralizou sem que Chloe tivesse qualquer controle sobre isso. Embora a família tenha lucrado com a popularidade do meme, a jovem já expressou desconforto com o veste de sua sentença continuar circulando na internet anos depois.
A história escancara um dilema da era do dedo: o que parece só um momento engraçado pode se tornar a identidade pública de uma muchacho por toda a vida.
Agora, imagine quando essa exposição ultrapassa a barreira do meme e entra em um território ainda mais perigoso. Vídeos de crianças dançando inocentemente ou tomando banho, que para os pais podem parecer somente registros carinhosos da puerícia, acabam sendo salvos e compartilhados em grupos criminosos, transformados em teor de cunho sexual.