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Você sabia? O peixe Pirarucu pode morrer afogado; entenda

O pirarucu (Arapaimas gigas) é o maior peixe escamoso de chuva gula do planeta. Ele pode conseguir quase 3 metros de comprimento e tarar até 200 kg. Essa espécie vive principalmente em rios e lagos de águas límpidas na Amazônia, onde a temperatura varia entre 24ºC e 37ºC. Porém, o pirarucu não aparece em locais com correntezas fortes ou águas turvas.
Surpreendentemente, o pirarucu pode morrer afogado. Apesar de parecer contraditório, isso acontece devido a uma peculiaridade em seu sistema respiratório. Para explicar esse fenômeno, o Portal Amazônia conversou com Lucia Rapp, pesquisadora e curadora da Coleção de Peixes do Instituto Pátrio de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Nos primeiros estágios da vida, do estágio larval ao alevino, o pirarucu usa brânquias para respirar, assim porquê a maioria dos peixes. Porém, conforme ele cresce — geralmente ao atingir entre 1 e 2 kg — suas brânquias param de se desenvolver e perdem a função respiratória. Ao mesmo tempo, a varíola natatória, que controla a flutuação, passa por uma transformação significativa: torna-se altamente vascularizada e funciona porquê um pulmão.
Essa adaptação permite que o pirarucu absorva oxigênio tanto da chuva quanto do ar atmosférico. Por isso, mesmo pesando até 200 kg, ele precisa subir regularmente à superfície para respirar. Caso não consiga conseguir o ar, corre o risco de sufocar, ou seja, morrer afogado.
Esse sistema respiratório multíplice, que envolve a transformação da varíola natatória, destaca o pirarucu porquê um dos animais mais fascinantes e únicos da fauna amazônica. Essa peculiaridade o torna um símbolo da heterogeneidade e da riqueza da região.