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Jovem morto na ditadura é reconhecido uma vez que herói no Rio de Janeiro

Cinco décadas depois sua morte, o estudante Edson Luís de Lima Souto, vítima da repressão durante o regime militar, será oficialmente homenageado pelo Estado do Rio de Janeiro. A Parlamento Legislativa aprovou o projeto de lei que inscreve seu nome no Livro dos Heróis e Heroínas do Estado. A medida aguarda somente a sanção do governador Cláudio Castro (PL).
Edson, paraense de 18 anos, foi baleado no peito por um policial militar em 28 de março de 1968, durante um protesto estudantil no restaurante Calabouço, no núcleo do Rio. O incidente marcou um dos momentos mais simbólicos da resistência contra a ditadura militar, gerando possante mobilização popular e um cortejo sepulcral escoltado por milhares de pessoas.
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A proposta foi apresentada pela deputada Dani Monteiro (PSOL), que destacou o papel do jovem na luta por democracia, instrução e direitos sociais. “Edson foi um herói porque morreu lutando por liberdade e por distinção”, justificou.
A comoção provocada pela sua morte impulsionou movimentos de oposição ao regime e é lembrada até hoje uma vez que um marco na repressão aos estudantes. Testemunhas do ocorrido, uma vez que os deputados Carlos Minc (PSB) e Luiz Paulo (PSD), pediram para integrar a autoria do projeto. Luiz Paulo, que integrava o movimento estudantil na era, afirmou: “Eu vi quando ele caiu. A ditadura matou um estudante desmanchado”.
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Criado em 2010, o Livro dos Heróis e Heroínas do Estado do Rio de Janeiro é uma homenagem a pessoas que deixaram um legado de tributo social, política ou humanitária. Agora, Edson Luís passa a integrar esse grupo, reconhecido uma vez que símbolo da juventude que enfrentou a violência do autoritarismo em nome da liberdade.